quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

happy new year

happy new year guys! desejo aquilo que vocês sabem!

domingo, 27 de dezembro de 2009

pecadora

eu só quero que o mundo se exploda em volta da minha cabeça. que os cacos cortem os meus membros superiores. inferiores. do fio do cabelo ao dedão do pé. quero ver se essa luz é mesmo resistente. se ter fé vale mesmo a pena. se amar vale mesmo cada lágrima amassada no travesseiro. e se o pedido que eu fiz para aquela estrela vagabunda se realizará um dia. quero ver. quero assistir. as pessoas caindo, umas sobre as outras. pecando. e logo depois, pedindo perdão na igreja mais próxima. daqui uma semana, denovo, e denovo. sem cansar. sem dizer chega. coitado do padre que te ouve menina, com tantos pecados dentro dessa alma, ficar perto de ti pode até significar a morte.
vira e mexe espalho todos os cantos ladeira à baixo. quero que você me ouça de bem longe, e caminhe até mim. sem saber se vai achar, sem saber se tem que ser assim. vezenquando, eu abro os meus cadernos antigos, e encontro diversos nomes escritos em corações enormes. testes de amor. compatiblidade de signos. e afins. não foi amor. paixão. ou qualquer coisa parecida. era só aquela fase teenager, onde o amor nasce na pele das flores mais bonitas da escola. e eu nem gostava tanto de flores na época. tampouco hoje. tá vendo, eu estou te contando os meus segredos. as minhas histórias. até aquelas de anos atrás que eu nem lembrava mais. estou fazendo planos para mim, e para você. embora, eu não saiba se você vai querer passar a tarde comigo olhando as folhas da árvore cair. planejei uma trilha para nos conhecermos melhor junto a natureza. tu gostas de ouvir o barulho da água batendo nas pedras? tu querer pegar na minha mão, fechar os olhos e esperar eu pedir que os abra? tudo bem, chega de suspense. eu só queria te trazer até aqui. a parte mais bonita de mim e desse lugar. eu só queria que me enxergasse de forma que ninguém nunca enxergou. por favor, cuida bem dessa imagem que está na sua frente. este sou eu, sem toda aquela formalidade de quando me conheceu.

sábado, 26 de dezembro de 2009

não faz o meu tipo

você não faz o tipo de alguém aqui na padaria, mas pode ter certeza, que faz o tipo daquele cara que tá ali do outro lado da rua, ou do balconista daquela loja de picolés.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

não é só sexo, não é só amor.

não é só amar e tudo bem. namorar por namorar, não supre as necessidades. é preciso tato. boca. pensamento. um sorriso largo. não é só dizer que ama. agarrar com força. uma mordida de leve na orelha. é preciso mais. uma conexão sincera. real. mais que corpo a corpo. não é só o sexo ser gostoso e tudo bem. tem que ter o bom dia logo cedo. o mal-humor matinal, se houver. é preciso ser sincero com o que se é. não é só sexo e amor, amor e sexo. é preciso mais que isso. é preciso levar a loucura de todas as formas. é preciso ir além. do sexo, e do amor.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

quase lá

E mais um fim de ano se aproxima. Acho que eu não sou o único com a opinião, de que esse ano passou rápido, para alguns, rápido até demais. Quem viveu ele intensamente, gostou. Quem viveu de rotina, trabalho, casa, aula, academia, casa, trabalho, não irá guardar muita memória boa. Embora eu tenha me aproximado de algumas pessoas, feito pequenas coisas que nunca havia feito, e me envolvido casualmente com algumas pessoas, ainda não foi um ano muito agradável. Ano passado, eu disse, e pedi que tudo de bom acontecesse, e que eu escrevesse coisas felizes. Mas, parece que quanto mais o tempo passa, mais as coisas pioram. Estou sendo sincero, se isso tudo é uma bola negra, é porque é assim mesmo que o trem anda. Não invento dias melancólicas, não crio situações desanimadoras. Se eu corri atrás da felicidade, e me deparei com facas pontiagudas de todos os lados, foi só uma consequência, eu estava correndo o risco de encontrar pessoas erradas por aí. Ainda não me encontrei como pessoa, mas cresci um bocado. Sim, o sexo é algo muito importante em um relacionamento, não tem pra onde correr, e eu vou aceitar isso como uma lei, não tem outro jeito. Aquela época em que o sentimento se sobressaía, que era o fator mor de um relacionamento passou, ou se não passou, está sendo lidado de uma forma diferente. Também, não digo que as coisas são assim e ponto final. São resultados que eu obtive nesse ano, respostas que podem sim estar incorretas. Posso estar certo, equivocado, frustrado, ou simplesmente, ter tirado as respostas de mentes erradas. Vou sentir falta dos meus 19 anos. O resto, metade vou levar comigo pro ano que vem, e a outra metade fica no passado (que é o local adequado). E talvez eu nem me encontre mesmo sabe.. só quero aprender a lidar com algumas coisas, com alguns tipos de personalidades, continuar levantando a cabeça quando eu cair, e aprender a dizer NÃO. Não, eu não quero. Não, eu não posso. Não, eu não devo. Não, eu não te amo.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

dos amores que vivi.

aprendi que não se deve dizer 'não' tão fácil, não custa nada, não arranca pedaço, dar uma chance para alguém que te ama, ainda mais quando se vê nos olhos desse alguém o amor mais puro e verdadeiro que pode existir. aprendi que ninguém muda ninguém, muito menos a natureza sacana de alguém, por mais que ela te ame, cedo ou tarde, você vai pegá-la aos amassos com outra pessoa, invevitável. passei a gostar de sabonetes líquidos, passei a ser ainda mais vaidoso. minha vida não é um filme, mas eu posso sim, me esbarrar com aquele que vai ser futuramente, o amor da minha vida. dos amores que vivi, alguns foram importantes pra mim, outros perderam a importância que tinham, muitos não influenciaram em merda nenhuma, um bocado deles tentaram tranformar aquilo que eu era. eu sou assim, difícil de se lidar, difícil de amar, de gostar e se apegar. talvez eu seja como um livro de começo ruim, e final surpreendente. porque você não tenta ler um pouco mais, depois do segundo capítulo a coisa começa a funcionar melhor, acredite.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ele

não se engane, quem fala de amor não sou eu, é ele. quem sabe dessas coisas de sentimentos às avessas é ele, não eu. ele viveu intensamente, amou demasiadamente, enlouqueceu, quase morreru de amores. eu só observava, quietinho, lá do canto do quarto, sentado na minha cama comendo bolachas com café. ele trazia esses amores para eu conhecer, e embora visse brilho nos olhos, nem sempre tudo acabava tão bem. às vezes, nem amor existia entre os dois. várias e várias vezes o vi tentando encontrar a pessoa certa, e nenhuma delas o agradou, ou talvez, ele não agradava as outras pessoas. eu era o único que o entendia bem, que sabia dos seus desesperos, da sua falta de sorte, dos seus medos, aflições, angústias, e rezas silenciosas na calada da noite. ele me contava tudinho, detalhe por detalhe, e eu o oferecia toda a atenção do mundo. sempre que era necessário, falava uma meia dúzia de palavras para confortá-lo, e quase sempre obtive êxito. apenas uma boa noite de sono, e logo pela manhã ele estava sorrindo denovo. era assim, uma oscilação de sentimentos confusos, alguns nem tinha como definir com exatidão, mas ele dava nomes estranhos e engraçados. essatilez, enternopele, propastiguinação de estrelas. nem tente entender, são coisas dele.. só dele. se eu sei o que sei sobre o amor e suas consistências, é por causa dele. não, eu não sei como é amar.. e nem essas loucuras que sentimos quando encontramos alguém especial. minha visão é externa, embora seja bastante profunda às vezes. Qualquer dúvida, pergunte a ele.. isso se você o encontrar. Ele, é uma parte de mim que desconheço onde mora.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

(Griffin & Phoenix)

Acabei de assistir pela segunda vez "O amor pode dar certo", e foi tão lindo quanto da primeira vez. O filme é de 2006, e é o meu preferido na categoria romance/comédia. Na verdade, tem bastante drama no filme também. Um homem, com câncer terminal, conhece uma mulher na mesma situação. Até o final do filme os dois vivem momentos inesquecíveis, realizam os sonhos um do outro. Conversam, beijam, transam, são atenciosos. Amar, gostar, como definir esses sentimentos tão.. incríveis? Acho que amar, é se sentir você mesmo do lado de outra pessoa. É falar de coisas bobas e ainda assim, receber uma atenção imensa, como se você fosse a última, a pessoa mais importante para aquela pessoa, como se cada palavra que saísse da sua boca, fosse as únicas que importassem naquele momento. É dividir com outra pessoa as suas vontades, é sorris, chorar, por qualquer motivo que seja. É expressar o que você pensa em relação a tudo, sem medo de uma reação negativa, sem medo de ser julgado.. quem ama não julga nunca. É não dar importância para o passado da outra pessoa, o que importa agora é daqui para frente, apenas isso. Alguém consegue entender? Talvez quem esteja passando por tais sensações, emoções, momentos, saiba do que eu estou falando. Depois de assistir o filme, me deu um medo.. um medo muito grande, de morrer sem sentir isso. Já vivenciei muitos momentos de felicidade, mas nunca experimentei a felicidade ao lado de outra pessoa. Essas torradas na mesa são pra mim? O celular toca. Claro, vamos almoçar juntos sim. No quarto, pouca iluminação, e sete letras. Eu te amo. ou então, doze letras. Eu te amo, muito. E dormir, todos os dias assim. E passar por coisas ruins, e ainda assim ter para quem pedir socorro. Sofrer, e ter um ombro pra poder chorar, desabafar, gritar, seja lá qual for o motivo que tenha te abatido. Passar por momentos ao lado de alguém, momentos engraçados, e aí.. você não dá risada sozinho daquela situação inusitada que viu na rua. Dorme junto, separado, sente saudade, sente uma aflição, sente medo de perder, medo de acabar. E aí todos os seus medos se escondem, assim que a aquela pessoa chega perto, e diz que tudo vai ficar bem, e vai ser sempre assim. Eu posso morrer agora, porque eu te conheci. Mas se eu morrer mais tarde, tudo bem, eu vou aproveitar até lá.. tudo isso com você.



(Depois faço algo melhor)

domingo, 20 de setembro de 2009

clarice

Não Clarice, isso não é de comer. Nao têm mas, nem meio mas. Precisava se sentir viva, achou que conseguiria isto comendo um coração de verdade. Eu preciso muito, o meu coração foi estraçalhado por algo muito estranho, talvez um carnívoro qualquer.. não sei, ela dizia. Eu a aconselhava de todas as formas, mas não surtia efeito algum. Ela estava determinada a experimentar do músculo humano, e na pior das hipóteses, um animal poderia satisfazê-la facilmente. Eu tinha um certo medo de Clarice, mas sabia que ela nunca me faria mal, eu até tentava entender toda essa sede que ela tinha dentro de si. Ninguém sabia de sua dor. Clarice sofreu diversas vezes. Primeiro com a morte de sua mãe, a sua única e melhor amiga desde sempre. Tentou fazer amizades, mas elas sempre se diluíam. Muitas se cansaram das piadas da garota, outros simplesmente acharam mais prazeroso conversar com alguém imaginário, feito de nada. A companhia de Clarice pouco era necessária para os outros, ela entendeu.. e se fez necessária para si mesma. Um egoísmo foi se formando, consolidando, sendo polido.. sem que ela mesma notasse. Quando caiu em si, já não enxergava as coisas com os mesmos olhos serenos de antes. Se olhou no espelho certa manhã, e se viu abatida, como se tivesse chorado a noite inteira, como se tivesse perdido noites e noites de sono, mas nada disso havia acontecido. A sua rotina era a mesma de antes, a mesma de sempre. Não fazia questão de ser educada, mas era. Não fazia questão de sorrir, mas elaborava alguns sorrisos para a platéia se sentir satisfeita. Não se reconheceu. Achou que havia perdido seu coração, em algum lugar da sala, ou do quarto quem sabe. Se alimentou de alguns poucos corações, de emoções alheias, tentou sentir os mesmos sentimentos, mas.. coração algum iria resolver o seu problema. Ela tá decidia a encontrar o seu eu interior denovo, ela não gosta de enxergar uma sombra quando vai pentear os cabelos na frente do espelho.

é você?

Ele disse que precisava de tequila, porque sentia muito frio naquela noite. Queria um celular com créditos para ouvir a voz de qualquer pessoa, uma desconhecida que fosse. Ele queria que a luz voltasse, estava cansado de não enxergar nada, de tropeçar nos livros caídos no chão. Tinha medo, medo de escorregar ao pisar nos resquícios de sangue pelo chão do seu quarto. Havia um pequeno corte em seu peito, mas conforme os ponteiros do relógio iam andando, esse pequeno ia ficando grande. havia uma imensa vontade de chorar. iria morrer sem amar, sem ter sentido a felicidade pulsar nas veias. acreditou que estava chegando ao fim a sua vida mal vivida. tanta tentativa frustrada para morrer na praia. no seco. no sujo. de repente, entraram por aquela porta. havia uma silhueta bonita, esbelta. seus olhos foram se fechando contra a própria vontade. é você? perguntou ele quase adormecendo. antes de se ausentar por alguns dias, conseguiu ouvir da boca alheia, sim sou eu.

cold

me fizeram: eu me fiz: frio. pior foi ouvir de bocas estranhas que eu nunca iria sentir algo por alguém. algo forte. ventania. aquela coisa que derruba tudo, que te faz tremer as pernas, suar as mãos, perder o controle da situação. sofro quando não consigo o que eu quero, sofro quando consigo o que eu quero e eu perco a vontade de continuar querendo. eu te desenho em uma cartulina, assim bem grande, imenso mesmo para não esquecer de como tu és. escondo no meu armário para ninguém ver. é um segredo meu, ninguém precisa saber. e então, eis que você surge na padaria que eu costumo comprar aqueles doces, às vezes até exagero na dose. de fato, eu sou aquele que você desenhou na sua cartulina, e tudo acontece da maneira que devia acontecer, pelo menos da tua parte, da minha não. Eu cedo, tento acreditar naquilo que eu falo, mas eu.. eu não senti nada, só vontade de voltar para casa e comer os meus doces recém-comprados. Tinha que ser assim mesmo? Eu errei no desenho? Na imaginação? Não existem desenhos então. Não adianta eu te imaginar, eu nunca irei amar as minhas ficções, não é assim que acontece na vida real.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

experiência mal sucedida

É estranho né? Eu praticamente fiz uma declaração de amor no penúltimo capítulo, e em menos de uma semana uma coisa intensa virou pó entre meus dedos, bem em frente aos meus olhos. Mais uma vez, encontrei a pessoa que qualquer ser humano gostaria de ter ao lado. Mais uma vez tentei, escrevi uma puta declaração buscando acreditar nas palavras que a pertenciam, mas não deu.. eu não consegui. Em toda a minha vida, já encontrei duas pessoas que eu procurava, e no entanto, não consegui sentir nada por elas. É como se você quisesse muito uma coisa, mas essa coisa acaba sempre perdendo a graça quando voce a encontra. É muito frustrante. Sinto muito por ter pisado na fé que essas pessoas depositaram em mim, sinto mesmo por não poder ter retribuido, e pior, ter feito elas acharem que eu amava elas também. Tenho medo, será que aquela história de que toda fonte seca é verdade? Ainda há amor aqui dentro? Não sei, eu vou deixar este assunto de lado, guardado, esquecido. Farei o possível para não despertar qualquer sentimento em alguém, assumirei personagens impossíveis de se gostar, assim eu mantenho as pessoas longe do sofrimento. No dia que eu reaprender a amar, eu volto a ser quem eu sou de verdade, não posso usar as pessoas como cobaias para uma experiência que sempre fracassa, que nunca dá certo.

ledo engano

era flor fingida, e mais um músculo eu rasguei em trocentos pedaços. lutei contra mim mesmo para não amar as pessoas erradas, hoje caí em si e percebi que desaprendi a amar por completo. comigo, coisas ruins sempre acontecem mais de uma vez, as boas.. essas nem deram as caras por aqui, e não me visitam já faz bastante tempo.

domingo, 13 de setembro de 2009

a busca.

Era você quem eu procurava quando saía pela cidade. Eu me dirigia aos bares, restaurantes, festas, ou qualquer tipo de evento, e olhava para todos os cantos.. você não estava lá. Dia após dia. Noite após noite. Quase cheguei no meu limite, quase me convenceram de que eu nunca encontraria alguém como você, a pessoa pela qual eu estava procurando desde o início. As palavras certas nas horas mais propícias, a voz mais bonita, as histórias mais gostosas de ouvir.. eu quero estar com você sempre. É ao seu lado que eu tenho que estar, tenho mais certeza disso a cada dia que passa, você não sente isso? Por mais que eu procurasse, ninguém seria capaz de me dar o que eu procurava, porque eu já pertencia a você, antes mesmo de saber que você existia, antes mesmo de te conhecer. O que dói em você, dói em mim também. Quando você dá pulos de algeria, eu morro de felicidade junto com você. Quando você some, eu sinto tua falta. Quando você começa a falar sem parar, eu gosto de ouvir, é tão delicioso ouvir você contando sua vida pra mim. Quando você fala que eu sou seu, eu me sinto bem, me sinto protegido, me sinto a salvo de qualquer coisa ruim, melhor.. me sinto vivo. Eu quero muito, muito participar da tua vida. Quero ser essencial, quero poder te estender a mão quando você precisar. Quando você tiver um dia ruim, quero estar lá para te ouvir e te dizer coisas confortantes, doces. Não há mais motivos para chorar sozinho, eu estou bem aqui, sempre vou estar. Eu preciso tanto de você, sempre precisei. Quando algo de ruim me acontece, eu não tenho para quem correr, para onde fugir. Eu sempre fui o porto seguro de mim mesmo, nunca me senti à vontade com ninguém, sempre criei personagens para me adaptar ao resto das pessoas a minha volta. Sempre fui conhecido como o mais engraçado, o que perdia um amigo mas não perdia a piada. Ninguém nunca soube das minhas tristezas mais profundas, das minhas diversas vontades de desistir, de largar tudo e sumir por aí. Sempre me viam com um sorriso pintado na cara, e mesmo quando a máscara escorria na chuva, eu dava um jeito de não deixar com que me vissem. Tinha medo, medo de deixar as minhas armaduras de lado, e não conseguir sobreviver aqui. Mas com você é diferente, eu sinto que eu posso dizer tudo que eu quiser sem medo de que você vá embora, sem medo de que você me ache idiota. Posso chorar quando eu sentir vontade, e ainda assim você não vai me achar diferente, estranho. Posso dizer que eu te amo também? Você não vai achar que é cedo demais?

última sessão.

Dois, três, quatro copos de vinho, e despejou o resto do líquido na pia da cozinha. Estava cansado de beber, de chorar, de andar em círculos pela sala de estar. O telefone não tocava, a caixa de entrada do email permanecia vazia, a angústia subia, queimava o seu estômago, mas não era azia ou má digestão, não era doença ou qualquer coisa parecida. Perdia a fome, perdia o riso, andava em círculos, continua andando, colocava a mão atrás da cabeça, tentava puxar uma solução pelo fio de cabelo, não vinha nada, não surgia nada. Pensava em beber de novo, voltava atrás. Pensava em beber mais uma vez, era fraco, cedia, cedeu, e bebeu então. Dois, três, quatro copos de vinho, e despejou o resto do líquido na pia da cozinha. Colocava as garrafas vazias com cuidado no chão, cambaleava, eu e as benditas garrafas caímos juntos. Eu ria, mas depois chorava compulsivamente. Quero te ouvir telefone, – dessa vez prometo não tapar ouvidos por conta do seu enorme barulho me chamando – eu suplicava. Olhava pela janela, a água escorria pela vidraça, nenhum carro estacionando, nada de faróis, nada de chave na porta, toc toc toc, nada, simplesmente nada. Relia as cartas, embrulhava e desembrulhava os presentes como se fosse a primeira vez que os abria na vida. Relembrava na memória, os momentos, as inúmeras brigas, as inúmeras juras de amor. Sentava na beira da cama, e chorava mais um bocado, talvez fosse desabar que nem o céu lá fora. Custava a entender que a morte tinha a levado para sempre, custava a entender que nunca mais ouviria seu nome ser chamado por aquela boca. Custou tanto que logo adormeceu também.

sábado, 12 de setembro de 2009

corpo sem alma.

Sonso, maquiavélico, o veneno escorria pela boca. Do quinto andar, ele podia ver as pessoas passarem, algumas felizes, outras empurravam suas vidinhas com a barriga. Podia ler os sentimentos alheios nas expressões faciais, pelo menos era o que ele dizia. Vezenquando descia as escadas do prédio, e ia tomar qualquer coisa no bar da esquina, e mais uma vez observava as pessoas. Muitas bebiam para esquecer os problemas que tinham em suas casas, outros por diversão, e mais um bocado porque tinham perdido o emprego, ou porque odiavam o trabalho que exerciam. Passava os dias assim, observando as pessoas, suas ações, expressões, e ao cair da noite, lua cheia, minguante – seja lá qual for – lá no infinito céu, pousava sua cabeça em seu travesseiro macio e dormia. Levantou-se um pouco cedo, decidiu se observar no espelho, tarde demais... tudo havia sumido, suas expressões, sua beleza, seu olhar. Se perguntou diversas vezes quem teria o roubado de si mesmo, acreditou que havia sido alguém, mas na verdade, passou tanto tempo olhando os demais, que acabou se esquecendo de si mesmo. Corpo sem alma, diziam as outras pessoas.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

toc toc toc!

O amor bateu na porta, e eu não o deixei esperando demais, tava frio lá fora. Era tão sereno o seu olhar, me encantei de tal forma que meus olhos se encheram d'água, era uma felicidade bonita, há tanto tempo guardada em um báu, como um livro antigo qualquer. Não houveram apresentações formais, estas deram lugar a versos, algo totalmente incomum. Não achei que existisse alguém como você, foi quase como encontrar um dinossauro habitando o planeta terra de tão raro. Sua voz é do jeitinho que eu imaginava, talvez até mais linda. Sinto que já te conheço há séculos, e que vinhamos nos desencontrando ano após ano, mas felizmente, nossos destinos se cruzaram, e é tão estranho, porque eu te sinto bem aqui do meu lado, mesmo você estando tão longe. Eu sei que não é algo passageiro, já está durando, e vai durar muito mais. Eu quero conhecer estes lugares que você citou, acampar na praia, conhecer seus melhores amigos, a Gal, o seu apartamento, tudinho tudinho. Quero poder deitar no teu colo, te contar do meu dia, das minhas desventuras (como você mesmo disse), das minhas agonias, dos meus medos, tudinho tudinho. Acordar ao teu lado, com a cara amassada, te fazer um carinho, dar bom dia, seguido de um, dois, três beijos, quantos você quiser. Tomar café da manhã, almoçar e jantar, ouvir o barulho da porta quando você adentrar. Vmaos brigar, mas logo depois vamos nos reconciliar, seguido de um, dois, três beijos, quantos forem necessários. O melhor meio vai ser sempre desculpar, perdoar, buscar uma solução qualquer para os nossos problemas, mas nunca terminar. Amores verdadeiros duram outonos, primaveras inteiras, e sempre se repete, fortalece, amadurece, não acaba não. Saiba que vou estar sempre aqui, pronto para te ajudar, te apoiar, puxar a tua orelha, fazer um cafuné, te beijar, abraçar, dar bom dia, boa tarde, boa noite, chamar o teu nome, te lembrar de alguma atividade do dia, rir das suas piadas, das nossas, passear pela cidade, ouvir da tua vida, das nossas. Sempre, sempre e sempre. Amor é pouco, o que eu sinto não tem nome.

confesso

que ouvir sua vozinha ao pé do ouvido me mata, me mata por dentro e por fora, mas me mata de amor. quero morrer sempre!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

meu modo de enxergar.

Não há fórmulas, não existe essa de "dispostos" ou "opostos". O amor não tem definição, mas pode ser uma palavra curta de vasta imensidão. De tudo nessa vida, algo que sempre irá me surpreender é esta palavra tão discutida entre as pessoas. Não precisa ser sensível para falar de amor, basta existir. Algumas pessoas aprofundam-se no assunto, outras preferem nem pensar. Se eu morrer um dia depois de ter sentido isso que as pessoas não conseguem explicar, eu morrerei realizado. Eu posso me ver daqui há alguns anos de diversas formas, em milhares de situações, mas não imagino minha vida sem você. Eu não estou dependente, embora o amor às vezes seja uma droga e me tire do sério. Eu não vou cometer suicídio se você não me quiser, tampouco irei desistir dos meus sonhos, mas estaria mentindo se dissesse que não irá doer nenhum pouco. Eu não quero um relacionamento comum, não busco em uma pessoa apenas isso, ou apenas aquilo. Não busco só o melhor sexo, o beijo de tirar o fôlego, os presentes, a companhia. Eu quero mais do que isso. Quero poder me sentir à vontade na tua presença, poder falar da minha vida, do meu passado, sem medo do que você vai achar de tudo isso. Poder me abrir com alguém, ter um amigo, algum número que eu possa ligar, quando as lágrimas já não forem suficientes, quando eu precisar dividir uma dor maior do que eu mesmo. Não quero só um corpo ali deitado ao meu lado, nem quero ouvir só "eu te amo", ou rimas feitas pegadas em um livro qualquer. Também não estou dizendo que quero inovações, mas creio que amor seja isso, demonstrar o tanto que se ama de 1001 maneiras, todos os dias, nas pequenas e nas grandes coisas, um telefonema, uma mensagem, uma carta que seja. Talvez eu seja um pouco rigoroso, sincero demais, e justamente por ser assim, não consigo me conectar com ninguém. Sexo e Amor, podem ser duas palavras que andam unidas, mas sempre vi uma diferença entre elas. O sexo apesar da sua importância em uma relação, para mim não é o mais importante, o primeiro plano de tudo. Já vi pessoas que se amavam, terminar um relacionamento porque o sexo não foi bom. Embora isso seja um pouco comum (acredito eu), minha indignação foi enorme perante uma notícia destas. Sexo é uma palavra que pode ser definida de uma, de duas, de várias formas. O amor não. É sentir, ou não sentir, não há o que mudar. Não sei se fui eu que me relacionei com pessoas erradas, se colhi de maneira equivocada esses dados, mas penso que é assim que funciona hoje em dia. O meu jeito de pensar é diferente, essa palavra de quatro letras está em primeiro plano, o resto é consequência. Quero me esforçar para ser a melhor pessoa ao teu lado, e não para fazer você subir pelas paredes, porque caso isso não aconteça, você irá colocar minhas malas para fora do seu apartamento. Meu modo de ver as coisas é antiga ou moderna, não sei. Será que eu estou mesmo no lugar que deveria estar? Não cheguei cedo demais, tarde demais nesse planeta? Creio que talvez, eu possa ter chegado tarde demais, daqui há alguns, amor vai ser somente aquele beijo que te fez arrepiar os pêlinhos do braço esquerdo e pronto.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

xx

a complicação me entristece demais, embora me fascine na mesma proporção.

domingo, 6 de setembro de 2009

quase um ano de melancolia

Mês que vem, vai fazer um ano que eu escrevo meus sentimentos em uma página de internet. Não é quase nada inventado. Cada palavra, cada texto está ligado a uma fase ruim da minha vida, a uma pessoa que passou e deixou os piores rastros, que apesar de dolorosos me fizeram aprender muita em coisa em um curto espaço de tempo, e me sinto um pouco feliz em ter aprendido tanto, embora tenha sido da maneira menos convencional. Tenho que ser sincero comigo mesmo, aprender doeu, e doeu demais. Eu sou otimista, embora seja bastante difícil. Mas quando faço um balanço geral entre, os fatos que me fizeram sorrir e os fatos que me fizeram querer sumir, o resultado não é bem animador. E isso eu vejo claramente relendo os meus textos desde outubro do ano passado. Sim, tive momentos felizes que não expus aqui no blog, e talvez por isso esta página esteja tão carregada de tristeza, medo e de pouca esperança, é pouca, mas ainda existe, e vou tentar deixá-la acesa, assim como uma vela. Eu sei, seria muito cedo para pensar em desistir, aliás, a palavra "desistir" nem deveria existir, seja lá qual for a situação, mas na teoria tudo fica mais fácil e suave, não é? Eu espero que algum dia, em mais um ano escrevendo aqui nesse muro de desabafo virtual, eu escreva algo que eu me orgulhe de escrever. Desculpa se espanto leitores daqui por causa das minhas histórias, dos meus textos sempre tão melancólicas, mas eu fiz um blog com intuito de falar de mim, e infelizmente, é assim que minha vida está caminhando. Não queria criar histórias contentes me envolvendo, isso só criaria uma ilusão provisória de que uma felicidade fantasma na minha vida. O máximo que conseguia me aproximar de um momento de felicidade, foi quando eu conheci a esperança. Ela me mostrava caminhos, pessoas, e eu ia acreditando.. e quando eu estava prestes a enxergar a tão famosa "luz no final do túnel", um buraco se abria entre os meus pés, e eu voltava ao início, sem saber se a culpa tinha sido minha, da outra pessoa, ou se estavam brincando comigo mesmo, vai saber. Enfim.. TUDO pode acontecer, vou apostar minhas moedas nesse "tudo" e ver no que vai dar. Tenho algo a perder? Não.

porta única

Eu sempre deixo a porta entreaberta. No entanto os outros me alertaram: "Cuidado, pessoas mal intencionadas podem ir ao seu encontro". Focava meus olhos na porta, e ao invés de fechá-la, trancá-la, e jogar a chave entre outras chaves para se perder no meio, escancarei ainda mais a porta, e de birra, coloquei um tijolo bem pesado em seu "pé", para o caso de algum vento querer fechá-la sem a minha permissão. Ora, ora.. pela mesma porta que entra o veneno, também pode entrar a minha salvação.

o teatro para um

E então apagaram-se as luzes, a escuridão tomou conta do lugar, nada podia se enxergar. Estava apenas eu, sozinho no teatro, tentando visualizar as cortinas vermelhas. Havia apenas uma luz que indicava a saída, mas eu estava imóvel. Minha parceira já havia saído do teatro, não lembro o que a disse, mas pedi que me deixasse a sós com aquele monumento gigantesco. Apesar de ser o único ali dentro, eu não me sentia sozinho, os personages daquela peça ainda estavam impregnados nas paredes, nas decorações, nos grandes lustres, nas cortinas vermelhas, no teto, no chão, nas cadeiras à minha volta, em meus olhos. Há tempos não assistia algo que desfocasse a minha atenção das coisas supérfluas que me rodeavam lá fora. Os problemas, a rotina, e até a minha parceira costumavam me esgotar psicologicamente. Eu precisava de um grito de alívio, de ar puro, de água vinda direto da fonte, de céus azuis, e encontrei tudo isso neste local oval, pelo menos eu o vejo assim, oval. Confesso que acho um pouco injusto existir um número total de cadeiras em um teatro, embora tenha que reconhecer, que poucas pessoas estão interessadas neste espetáculo. É um misto de dor, alívio e felicidade, bem.. eu não explicar. A peça? O nome pouco importa. O que está por trás da peça, das falas, das encenações, das tiradas engraçadas, tristes, poéticas, é o que conta. Podia se chamar "O Lixo", e eu diria que nunca tinha visto um lixo tão bonito, límpido, e com um cheiro agradabilíssimo. Não, só mais um pouco. - pedi ao estranho que tocava o meu ombro, mas ele não parou. É hora de fecharmos o teatro senhor, amanhã ele abrirá denovo, se quiser pode ver a peça outra vez. - avisou o nobre rapaz, me cegando com a sua lanterna focada em minha face. Amanhã eu não venho, sentimentos como esse só experimentamos uma vez, não é como o amor, que pode ser sentido de várias formas, maneiras, dimensões e sentidos. Valeu a pena gastar a minha última miséria de dinheiro. Agradeci o rapaz da lanterna, e me dirigi a saída do teatro. Quero sentir mais coisas assim, que se desprendam de mim. - pedi olhando para o céu. Espero que alguém aí consiga me ouvir.

sábado, 5 de setembro de 2009

trinta segundos para digerir.

Antigamente, uma dor era algo como o fim do mundo, a pior coisa que poderia acontecer, e a primeira vez que me deparei com este bicho de sete cabeças e apenas três letras, foi duro, àspero e assustador. Procurei ajuda com estranhos, nos livros, nas ruas, nos letreiros pela cidade, no olhar das pessoas que passavam por mim e me viam aparentemente tão bem, saudável e feliz, e não encontrei uma solução. Se eu não sabia o que fazer, então simplesmente não iria fazer nada. Continuei com a minha vida, meus estudos, minha rotina de sempre. Com o tempo a dor pareceu ficar chateada com a minha falta de preocupação com ela, e às vezes apertava, tentava me derrubar, me mostrava caminhos sem volta, escuros, fúnebres e vazios. Tentava me ligar à pessoas sujas, me fazia lembrar de um passado pesado, minhas costas doíam, doíam muito. A dor tem um poder enorme, mas é burra. Tão burra, que se livrar dela com o tempo, se torna algo fácil. Diversas vezes me deparei com precipícios, me arranhei em alguns espinhos, pisei em armadilhas dolorosas, e ainda assim começava a rir, alto, tão alto, que conseguia ensurdecer a dor. Ela, por sua vez, puta da vida, me deixava em paz. Eu gritava em alto e bom som: "Você não tem efeito sobre mim". Colocava três ou quatro músicas animadas, derramava alguns mililitros de lágrimas, e lembrava que essa era só a 45ª dor de várias que ainda estariam por vir. De fato, não é algo tão simples como estou expondo à vocês, passar por tanta coisa ruim pode trazer consequências, duradouras ou não. Poço é poço, e em cada um deles você morre um pouco. Eu procuro não deixar essas dores me esquartejarem por dentro, pelo contrário, o que ela corta, eu imediatamente, vou lá e refaço, aos olhos dos outros uma cirugira perfeita, mas só quem passa por tanta coisa assim, sabe que é uma cicatriz que fica para sempre, o que não quer dizer que não há um modo, um jeito de lidar com a bendita. Esqueça que ela existe, ou pelo menos, finja, ela é tonta, tonta demais, vai entender que você não liga e vai te deixar em paz. Ou se mate, e seja mais burro do que a dor, é você quem sabe o que vale a pena.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

a vida nem sempre é doce, a minha quase nunca.

Mesmo com todas essas decepções, não perdi meu tempo criando armaduras intransponíveis, não pedi ao chaveiro que fizesse uma chave para o bendito músculo que ainda bate aqui, não recorri à terapias, livros de auto-ajuda, nem tentei me distrair com atividades alegres. Apenas acumulei, e venho acumulando cada uma delas. Administrando, colocando cada uma na minha planilha. Eu não tenho medo de sofrer, eu não tive medo de encará-las de frente, de perto, olho no olho. Mas bancaria o todo poderoso se dissesse que não senti medo das consequências. Tive medo de perder o controle, de pular para fora da estrada e bater o carro em uma árvore qualquer, maldito marrom mesclado com verde, que aparece sempre nas horas menos propícias. Tive medo do hematoma que eu iria ganhar, tive medo de não ter mais lugar para acolher o novo hóspede. Uma nova decepção. Eu me convenço a cada dia que passa, de que devo ter nascido no lugar errado, ou na época errada, ou no corpo errado quem sabe. Eu sei que felicidade constante não existe, tudo faz parte de uma oscilação, momentos, apenas momentos, de alta gargalhada e alta lágrima, alta gargalhada e alta lágrima. Não quero levar isso para o social, estou falando apenas de sentimentos, de coisas materiais, tangíveis, não tenho nada a reclamar. Voltando aos medos, acho que um dos piores, é o medo de se perder e o medo de secar. Não quero andar pela cidade sem saber para onde vou, me sentir totalmente sozinho, sem ter uma mão para segurar, uma música para me animar, um coração para amar, mesmo que eu ame sozinho, como fiz e faço diversas vezes. Não quero tranformar meu coração em um iceberg, achar um casal de namorados parecidos com dois porcos, mandar o dia dos namorados se fuder, e os namorados junto com esse dia. Não quero. É só isso, são dois medos que me atormentam dia e noite, geralmente mais noite que dia. Ainda consigo me reerguer, embora no comecinho do desgosto sempre penso em desistir, chutar meus sonhos para bem longe, me esquecer de mim. Depois eu vejo que ainda há chance de ser feliz, e de encontrar alguém que me proporcione momentos assim, de riso fácil, de lágrima sem timidez, de beijos, que podem durar dias, semanas, anos, não importa, eu só quero sentir o gosto da felicidade vinda de um outro corpo, um outro coração, cansei de amar sozinho, é muito trabalho para um voluntário.

sábado, 15 de agosto de 2009

Minha vida é um prato cheio de histórias inacabadas, amores mal resolvidos, sem pontos finais. Apenas vírgulas ou reticências. As pessoas mudam e voltam a se encontrar, pelo menos assim espero. Depois de alguns transtornos, furacões, crescemos e conseguimos estar prontos para momentos que ainda estavámos engatinhando. Pouco a pouco você vai aprendendo o valor de uma conversa ao som dos motores de um ônibus. Pouco a pouco o que era pequeno, pode se tornar algum bem grande. Quanto mais subimos a corda, maior pode ser a queda, o que não significa que não valha a pena, pelo contrário. Há situações em que não podemos fazer nada, mas em outras dizer "deixa que o tempo ajeita" é querer se acomodar, é ter medo de se arriscar. Quando há uma chance de ser feliz, por menor que seja, devemos considerar. Medo. Medo nós temos de coisas ruins, de lendas urbanas, de filmes de terror. Felicidade não é para ser temida, e sim vivida. Mesmo que com ela não venha só alegrias, de nada vai valer ficar na dúvida a vida inteira, devo ou não devo? Corra riscos, se machuque. Eu sei, cicatrizes nunca se fecham de verdade, e acho muito bom. Assim você não esquece o que aprendeu com cada rasteira alheia.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

E.G.O - O Egoísta mora ao lado.

Sei ser um ótimo ouvinte, e dependendo do grau de afinidade, até arrisco um conselho aqui, outro ali. Mas quando eu percebo que a outra pessoa, pouco se importa para os meus problemas, o jogo muda. Eu não ando do lado de pessoas egoístas.Dessas que só se preocupam com a sua própria vida, e quando parece que vai tudo por água a baixo, correm atrás de alguém que possa ajudar a tampar os buracos na parede, antes que a casa fique inundada. Quando o sol aparece, e agora o jogo inverte, ela simplesmente te observa do lado de fora, enquanto você lentamente morre afogado. Não sou mais um adolescente, mas se fosse antes eu me vingaria. Hoje eu apenas ignoro. Se a pessoa não colocar a mão na consciência e cair na real, o azar não será meu. Quem vai continuar agindo como um ser desprezível será você e não eu. Algumas pessoas ainda valem a pena, tentar mostrá-las no espelho que aquilo é uma máscara, e que ela deve se desfazer dela o quanto antes. Outras eu apenas observo. Deixo que caiam nas armadilhas que elas próprias criaram, deixo que elas aprendam por si mesmas. Todo mundo precisa de uma segunda chance, embora algumas pessoas morram sem conseguir achar o tal equilíbrio. Com o passar do tempo eu vou ficando mais sensível. Ao toque, ao cheiro. Apenas uma frase, uma ação, e toda uma personalidade pode ser feita com um pouco de precisão. Eu mentiria se dissesse que posso identificar um egoísta a dois metros de distância, mas algumas horas de convivência são o bastante. Pessoas assim costumam ser péssimas ouvintes, péssimas conselheiras, e até péssimas amigas. Falou, desabafou e seu "amigo" não te ouviu? Infelizmente, você acabou de se deparar com um egoísta. Se afaste o quanto antes, ele não tem nada do que você precise, não irá acrescentar em nada sua vida. Não procure aprender a ser falso, não arrume desculpas para continuar perto de alguém assim.

eu lembro

muito bem de tudo. de como te conheci, do nosso primeiro beijo, da nossa primeira vez juntos, das promessas futuras, que estariam se realizando agora, ou daqui há um mês quem sabe. eu sei, faz mais de um ano que eu disse "eu não te amo mais" e tudo se acabou. embora você tenha tentado reatar os nós, por meses a fio, me dizendo ao pé do ouvido que eu tinha errado, eu não dei o braço a torcer. E não foi por capricho.. seria pior iludir, mentir, fingir sentir algo que não existia, concorda? Mesmo com tanta rejeição, você ainda insistia em me amar, e parecia que não ia ter fim. Eu desejei muito que você parasse de se machucar, até que você me ouviu e seguiu sua vida. Eu não me sentia bem fazendo mal à alguém, por outro lado, era bom saber que alguém gostava de mim de verdade, assim a esperança de que alguém também pudesse vir a sentir o mesmo por mim permanecia ali, sendo cultivada, regada todo santo dia quando eu acordava. Hoje eu já não sei mais, se alguém por aí dá tanta importância ao amor como eu.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

ferir

sempre é mais fácil. e por mais que todos saibam que os melhores caminhos são aqueles que aparentam ser impossíveis, as pessoas têm preguiça. a facilidade sempre foi mais sugestiva. embora o sabor da vitória depois de enfrentar um caminho doloroso, seja bem mais delicioso. aqui e agora. é isso que todos querem. muitas vezes sem qualquer busca, sem mover qualquer pauzinho que seja. apenas permanecem sentados em suas poltronas confortáveis, à espera de que o bem desejado bate três, quatro vezes na sua porta. voltando ao iníco.. ferir é sempre mais fácil. as palavras quando querem agredir, conseguem saltar mais rapidamente para fora do coração. atingindo uma.. duas pessoas, ou mais. passa a raiva, vem a ternura. a desculpa, o arrependimento. mas ninguém esquece. a verdade é que um machucado permanece sempre ali, mesmo quando se torna invísivel aos olhos. às vezes é em forma de música. uma que tocava sempre que os dois estavam juntos. e mesmo que nos próximos casos tentemos não adquirir lembranças, ninguém pode fugir disso, é inevitável. uma recordação só precisa de um momento para ser formulada. não necessita de uma música na hora do beijo. de trilha sonora. apenas de um acontecimento qualquer. naquele dia. naquela hora. a desculpa é aceita da boca pra fora. voltam os beijos. afagos. e novamente a solidão. deu tudo errado, deu tudo errado, grita aos berros, como se a culpa fosse toda dele. não era para ser, todos dizem a mesma coisa no seu ouvido. dia após dia. uma hora vai acontecer, espere e verá, embeleze seu jardim e o amor virá, é tanto clichê que ao invés de ajudar, piora a situação. é tanta filosofia, psicologia barata tentando acalmar um coração que chega a fazer com que sangre ainda mais. essa minha cara séria não quer dizer nada. odeio, as pessoas só conseguem enxergar aquilo que estão ali na sua frente. olhe por trás. além da pele. da carne. isso, este sou eu. se não consegues ver nada além da pele, me desculpa.. tanto tempo sangrando, tentando estancar a ferida.. que acabei não percebendo que estava secando.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

toda noite

antes de fechar a janela do meu quarto, compactar todo o ar gelado que prega nas paredes, eu dou uma piscadinha para lua.. como quem diz assim baixinho.. "cuida bem daquela pessoa, mesmo que eu ainda não saiba o nome da dita cuja." Eu acho que ela entende, entende porque sabe o nome da dita cuja, mas insiste em fazer suspense, ela sabe que eu gosto de surpresas no dia seguinte.

domingo, 2 de agosto de 2009

é como se

eu vivesse constantemente em uma novela de drama. drama, só drama. quando não está no ar, eu consigo rir um pouco, pouco não, bastante. uma gargalhada de felicidade, sabe como é? daquelas bem sinceras, sem fingimento ou falsidade. chega a chamar atenção, tamanho é o som que faço quando dou aquela gargalhada gostosa, que depois eu olho em volta e percebo que ninguém se importa, e nem eu mesmo. não quero saber se os incomodo. embora a felicidade do outro sempre incomode outro alguém. não é verdade? eu sei que é. às vezes eu mesmo acho a felicidade de alguém bem chata. tipo aquela criança que diz a primeira palavra, e logo, todos fazem uma grande roda em volta dela, embora eu fique no canto sem achar a mínima necessidade para tanto alvoroço. acho isso bem feio da minha parte, mas eu te disse, estou sendo sincero, verdadeiro. fico tão triste que não consigo enxergar beleza em casais felizes distribuindo sorrisos. sinto inveja disso aí. mas não, não pense que quero um ou outro para mim, a inveja é desse amor, dessa felicidade incrível que eu sinto daqui, há mais de trinta metros de distância. queria ter pra mim também, embora eu não saiba se eu devo, se eu posso. não sei se já aprendi, estou prendado, pronto, posso casar. mas como irei aprender, se voluntários não aparecem? na verdade, existiram algumas pessoas. metade delas me amaram tanto, que eu senti medo. a outra metade delas nem sequer me ligaram no dia seguinte. diz pra mim, cá entre nós, eu sou muito chato né? não é de propósito que as vezes eu seja um pouco arrogante. um pouco mal-humorado. um pouco de tudo que é ruim. mas sei ser bom. eu sei fazer rir. e talvez possa abrir o meu báu pra você, ler todos os contos, se tiver um tempinho para ouvir.. não te garanto histórias mirabolantes, mas tudo que sair da minha boca será verdade, fatos verídicos. aí eu fico sem me entender direito, porque uma hora eu grito que quero continuar assim, na outra eu sinto falta de alguém que nem sei se existe ou vai existir. talvez sejam as coisas, é.. a culpa são dessas malditas coisas. um objeto que vemos e nos lembramos.. um banco na praça.. uma loja.. até o cheirinho de chiclete mascado é capaz de trazer à tona a puta da saudade. quer saber, cansei de ficar aqui olhando esse casal feliz.. essa nostalgia safada vai acabar matando os dois de falta de ar.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

"queridos" amigos

E soa tudo tão falso. As palavras que dirigem à mim, sempre tão calorosas, afetuosas, amorosas. Chego até a acreditar por um momento que saem do coração, mas não. Moldadas dentro da cabeça, passam para o papel sem signficado algum. E mais uma folha cheia de rabiscos vai para a lixeira. Merecidamente, para ser sincero comigo mesmo. É que as pessoas são inconstantes do meu lado, nunca permanecem de fato. Deve ser minha personalidade tão comum que as enjoa, que cansa, e que faz com que elas saiam a procura de algo mais novo, menos evidente, previsível. Sou como um copo de chocolate quente no inverno, depois que o frio passa, o copo é lavado, limpo, e deixado novamente no armário. Quando necessitam, eu não exito, mas não faço questão de lembrá-las disso. Deixo estar. Minha consciência está limpa de que fui generoso com todos, de que nunca neguei a minha mão, mesmo quando as duas estavam enxarcadas de lágrimas minhas. Me fazia feliz quando precisavam de um pouco de felicidade em suas vidas. Distribuía sorrisos, quando suas vidas pareciam escuras como as nuvens no céu, prestes a deslanchar bastante água pelas ruas. Não me arrependo, apenas lamento. Poderia ter tido amizades bonitas, que não aconteceram. Apenas momentos. Estes que ficam aqui - sempre, sempre - guardados na minha memória, do quase que chegou a ser, mas não foi. Quem sabe o que pode acontecer no novo dia. Quem sabe quando você perceber o erro, eu já não tenha encontrado meus novos amigos.

domingo, 19 de julho de 2009

V de vingança.

Justiça divina é algo que demora. Algumas pessoas não possuem um auto controle, sangue frio. ou de barata, como costumam dizer. bateu, levou. É mais sensato levar desaforo para casa, ao invés de agravar o problema? Sim. Me arrependi de ter me vingado de algumas pessoas. Outras, vou ser bem sincero, faria tudo denovo. As pessoas cutucam, a gente avisa, elas ouvem e se fazem de desentendidas. Ela volta, coloca o pé para nós cairmos, e procuramos ignorá-las. Até que as coisas ultrapassam os limites. Fica mais complicado encarar aquela cara feia de fome, ou de desamor pela vida. O "bom dia", que era somente por educação, agora nem faz questão de sair da boca. Como entrar em uma loja, e comprar diversos utensílios se o vendedor (a) não for carismático? As pessoas se arrumam com empregos que odeiam, e eu que tenho que levar a culpa disso? Meu caro, dê seu jeito. E se o negócio está apertado mesmo, se contente, e sorria. Do contrária essa sua loja imunda vai ficar totalmente vazia. Tenho vontade às vezes de arremessar o pedaço de bolo, na cara de quem o entrega na minha mão como se fosse um objeto. Eu já comentei com o senhor que eu estou pagando? Não é de graça, não ganhei na rifa colega. Acha que eu não faço falta? Um real na sua vidinha não vai MESMO fazer falta? Eu espero mesmo que não faça, porque se um dia você precisar comprar pão e o dinheiro faltar, não amargue o dia em que me tratou mal e me fez ter de comprar em outro lugar. A vontade que eu tenho, é de.. colocar sal na sua comida, como quem coloca açúcar no suco de cajú, e rir da sua cara, que ficou vermelha de tanto tossir.

sábado, 18 de julho de 2009

altamente prejudicial.

Matei um por um a minha volta. Não sobrou nenhum. A maioria se cansou da minha arrogância e falta de sensibilidade. Os poucos que sobraram logo me deixariam também. A fumaça do cigarro que se alastrava pelo meu apartamento, era a única que ainda me suportava. Eu havia cometido erros, e estava arrependido de tê-los cometido. Talvez eu devesse tentar pedir desculpas, convencer os atingidos a me darem outra chance. Mas não. Eu pensei bem, e quero que fiquem longe de mim. Se eu os amo de verdade, essa é a coisa mais sensata a se fazer. Não posso tê-los ao meu lado, se erro sempre. Se tudo só respingasse em mim, não haveria problema, sou forte o suficiente para superar as minhas mancadas. Mas não é assim que acontece. Cada passo em falso, cada questão marcada de forma equivocada, afeta todos a minha volta. O meu estresse acaba comigo e com os outros. Eu deveria brigar comigo quando não me sinto bem, ou esmurrar as portas do meu quarto, mas acabo discutindo com quem não tem nada a ver com o assunto. São tantos defeitos jogados na cara de inocentes, que não sei se devo pedir que participem da minha vida. Falo tanto de amor, e não consigo dizer um “eu te amo” de verdade. Não consigo fazer com que gostem de mim, ao menos que eu solte uma piada e faça todo mundo rir. Tenho qualidade imensas, mas os meus defeitos conseguem ser mais evidentes. Melhor eu procurar aprender a lidar com toda essa complexidade, antes que alguém resolva me mandar para uma sala quadrada, sentar naquela cadeira confortável e tentar arrancar soluções para minha vida da mente de um estranho.

Expectativa

pode ser uma palavra feia, quando não sabemos lidar com ela. Colocamos todas as moedas na máquina, apostamos sem saber se iremos ganhar. Ficamos de bolso vazio, nem um centavo, sem a certeza de que irá ter um retorno. Às vezes ganhamos o dobro do que apostamos, e tudo fica bem. Outras vezes, dá tudo errado. Não sabemos de quem é a culpa, não sabemos se há um culpado. Se foi a máquina que emperrou, ou se eu não dei a devida atenção ao jogo. A verdade é que não errei quando apostei tudo, errei quando apostei na máquina errada. Puro deslize. Acontece com todo mundo. Falta de sorte. Não foi culpa minha e nem da máquina. Um dia o brinquedo vai dar o devido retorno ao apostador, e eu esvaziarei os meus bolsos na máquina certa, que estava ali, esperando há dias, meses ou anos pelas minhas moedas premiadas.

terça-feira, 14 de julho de 2009

o amor tá ali, a duas quadras daqui.

Ninguém não sabe o número total de folhas, que caem das árvores no outono. A dor de famílias que passam fome. A luta diária por um emprego qualquer. Ninguém sabe como, algumas pessoas que têm 1001 motivos para chorar, conseguem sorrir ao se levantar da cama de manhã. Algumas pessoas sabem o que é perder alguém importante. O motivo sendo morte, ou não. Muitas desconhecem o privilégio de uma vida com riquezas, um mundo recheado de bens materiais, e mesmo assim, se consideram pessoas felizes. Amam. Choram. Sentadas em suas pequenas camas, ora em pensões, ora em colchões velhos encontrados na rua. E não é mesmo que o dinheiro traz felicidade? Só esqueceram de especificar qual o tipo. Felicidade curta. Duas horas fazendo compras, gastando absurdamente, se auto presenteando, arrancando sorrisos satisfeitos de si mesmo. E depois, o que fica? Um bolso vazio. Algumas sacolas espalhadas pelo quarto. Por fora um exterior bonito, novo, bem vestido. Por dentro o mesmo oco de antes. Ninguém sabe a falta que faz um amor, até achar ele na esquina do prédio. na farmácia comprando os remédios. no cinema, vendo um filme bem chato. em uma batida de carros. na casa de um amigo. no pedido de uma ajuda. no "sim" para um chopp no final do dia. São tantas situações que chega a parecer fácil. Faz qualquer pessoa pensar que.. "ah, o amor se encontra em todo lugar." E encontraria mesmo, se ele não fugisse de nós sempre que sentisse nossa presença. Até que um dia, você o encurrala em uma rua sem saída... e sem saber, sem notar.. o amor fica frente a frente com você.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

eu tenho curiosidade..

até as coisas que nunca tiveram um começo, podem acabar. acontece que eu tentei, mas chega uma hora que a gente cansa, de apertar a mesma tecla, e nada acontecer. ninguém se pronuncia. e você, permanece ali, gostando de alguém sozinho. sem reciprocidade. mudando de assunto, tenho curiosidade de saber como e quando as coisas vão acontecer de verdade. se eu vou conhecer essa pessoa eventualmente, em uma festa, andando na rua, ou numa batida de carro, quem sabe. se ela está em outro estado, ou até em outro país. se vai durar bastante, se eu vou ser feliz, se vamos dividir uma taça grande de milkshake. eu fico curioso para saber como deve ser viver a vida com outra pessoa. dividir sonhos. dividir o café-da-manhã. dividir uma cama de casal. as discussões. as reconciliações. os aniversário de namoro. os jantares. os presentes. as surpresas. os beijos. a hora de fazer as compras no supermercado. "amor, ainda tem café na dispensa?". isso tudo, parece ser muito bom visto daqui. e acredito que deva ser maravilhoso, se houver amor. eu sei, nada são somente flores. mas quando há duas pessoas conectadas por um sentimento de verdade, tudo fica menos dura, menos difícil. ah, que curiosidade que eu tenho.. de saber como deve ser amar e ser amado.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

não seja idiota.

"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada..."

Caio F. Abreu

marry me

tudo bem, se faça de interessante e case-se comigo. com tudo que temos direito. bonequinhos em cima do bolo. fatia de bolo cortada de cima para baixo. nossos braços entrelaçados e duas taças de champagne. juras de amor eterno. para o resto da vida. para o todo resto de nossas vidas. compre uma casa com o jardim bem vasto. dois cachorros. talvez um gato, quem sabe. uma empregada que ajude nos afazeres de casa. alguém para cuidar do jardim. pronto. tudo como eu queria, como nós queríamos. o primeiro ano de casado vai ser perfeito. jantares românticos. passeios no parque. discussões. palavras feias. e logo depois, novamente, juras de amor eterno. promessas de nunca mais brigarmos novamente. café da manhã na cama. flores no final da tarde. e o anel de casamento sempre ali, no dedo, sem tirá-lo nem para tomar banho. os anos vão passando. eu vou ficando cada vez mais apaixonado. e você cada vez mais distante. a carga horária no seu trabalho vai aumentar da noite para o dia. você vai chegar cansado. sem querer trocar uma palavra comigo. eu vou te fazer carinho e você vai mandar eu parar de te encher o saco. continuarei tentando salvar um navio que já afundou. você vai querer sair de casa. mesmo contra minha vontade. mesmo com todo o amor que eu sinto por você. você vai me deixar sozinho em casa. na cama. de manhã. sem café. sem flores. sem jantares. sem nem dizer adeus. não era assim que eu sonhava. mas de alguma forma eu já sabia, que apenas o primeiro ano de casado seria da forma que eu queria.

just a minute.

Não entendo o porque da euforia quando o telefone toca. Lá longe, mesmo distante da sala eu consigo chegar a tempo de atendê-lo, o tiro do gancho e o eco se estende. Ninguém fala. Mas há alguém do outro lado da linha. Esperando que eu diga algo. Embora, eu também não diga uma palavra. Estranho, mas completamente compreensível. Essa sua falta de coragem que angustia. Porque não chegar, sentar e me pedir desculpas pelo ocorrido? Não te garanto que haverá perdão, mesmo que você chore e eu veja a sinceridade estampada em seus olhos. Ainda é cedo, ainda não digeri tudo. Há uma parte que ainda queima no meu estômago, que luta para continuar vivo. Juro para você que eu estou tentando fazê-la morrer. Tenha um pouco de paciência, mais dia menos dia, serei capaz de dizer que tudo não passou de uma ferida, que agora cicatriza. Não tão rápido quanto eu gostaria, não tão depressa quanto você espera, mas que está chegando à cura, quase completa. Você merece outra chance, e é nela que deposito todo o resto das minhas esperanças. Só espero que dessa vez, tudo não vira ruína, e eu tenha que novamente demolir novas fantasias.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

momento oportuno

poderosas palavras, que mudam destinos. que alteram o mundo. tranformam pessoas. trazem à tona detalhes engavetados. não sei qual o momento certo para proferir as tais palavras. mágicas ou desvastadoras? coragem para correr riscos. medo de acordar no outro dia, e o feio não estar mais bonito. poderosas palavras. não sei se as devo gritar alto. ou se escondo no mais fundo da minha alma. tenho medo de chegar tarde, e não te encontrar mais em casa. arrepender-se de não ter dito antes. ou então. colocar tudo para fora cedo demais. estragar tudo. todos os dias com o sol que eu odiava. todas as noites mal dormidas e bem aproveitadas. ter de engolir a seco, que eu não fui correspondido da forma que esperava. talvez por ser cedo demais.. ou por ter chegado atrasado.

- - -

e então a chuva caiu de repente, interropendo a minha saída. você estava ali, do meu lado, dormindo. pegou no sono tão rápido, mal pude perceber. você quieto. respirando, quase sem fazer barulho. o filme que estava passando na tela não era tão animador. triste. sem graça. nem um pouco inovador. terror barato. pequeno. não valeu o que custou. encoberto pelos seus braços. protegido. sem medo. eu sei, nada pode me acontecer. machucar. ferir. eu sei, enquanto você estiver ao meu lado, mesmo de olhos fechados, eu estarei seguro. e mesmo que você não deixe. não queira. me mande embora. passar por aquela porta para nunca mais voltar. quer você queira, quer não. a verdade é que.. é que.. eu..

quinta-feira, 2 de julho de 2009

tudo que eu mais quero

quadros pintados. telas jogadas fora. refeitas. novas descobertas. visões. sensações. cores. dois corpos se aquecendo em baixo do lençol. amores do passado presentes aqui. dois travesseiros para uma cama de casal. enorme endredom. olhos ilumindados pela tv do quarto. toques. carinhos. beijos. abraços. risadas engasgadas. altas. sorrisos sem graça. silêncio. atenção grudada no teto. atenção voltada para você. infelizmente tá acabando. eu tenho que ir para casa. dormir em cama solteira. separada. pequena. longe daqui. de você. de mim. de tudo que eu sinto. meu coração não vai comigo. eu deixo ele aqui. deitado nessa cama ao seu lado. com a atenção voltada para você. eu verei você pegar no sono. mesmo estando a quilômetros daqui. te darei um beijo de boa noite. por enquanto, é assim. aguarde. espere só mais um pouco. ainda irá acordar e se deparar com minha cara amassada. bobo. feliz. tão próximo. tão vivo. permanente. é tudo que eu quero. mas se você cansar. de mim. do meu sorriso. das minhas frases idiotas. é só dizer. que eu dou meia volta, e volto para minha casa. cama de solteiro. pequena. longe daqui. de você e de mim.

pra não voltar

tapa na cara bem merecido, palavras desagradáveis, roupas jogadas na rua, e novamente, palavras desagradáveis. não precisa repetir. não precisa dizer mais nada. pra mim, basta entender o contexto. não sou bem-vindo. querido. amado. pode dizer quantas vezes quiser. se agora eu saio por esta porta, não é mais porque não me querem aqui, é questão de caráter. pode jogar tudo no lixo. as fotos. cartões de feliz aniversário. nada vai fazer falta. eu não vou sentir por isso. nem por aquilo. estou sobrecarregado de sentimentos negativos. eles tentem, insistem em corroer todo meu sistema nervoso, mas eu não deixo. não irão conseguir. eu não caio assim tão fácil. pode trancar e jogar a chave fora. bem longe. longe de mim. eu nunca mais piso os meus pés limpos aqui outra vez. pode pensar o pior de mim. quem sabe se a minha alma merece cair entre espinhos, sou eu e não vocês. minha consciência.. vai tranquila.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

visão aérea

escreva tudo nesta folha de papel, mesmo que ela desapareça entre meus outros pertences com o tempo ou se perca com o vento que bate nas vidraças da janela. daqui de cima, minha visão é mais realista e mais otimista do que a sua. eu posso ver até onde seus olhos não conseguem enxergar, sentir perfumes que não estão ao teu alcance, poder tocar no mais alto das árvores, onde você só consegueria vislumbrar se estivesse aqui comigo, mas você não está. preferiu seguir um caminho diferente do meu, quando eu estava disposto a realinhar minha vida só para te ter ao meu lado. pobre mente, agora atordoada pelo arrependimento. eu, não posso fazer mais nada. quando eu disse que poderia largar tudo, você não quis acreditar, agora quem não desce do pedestal, sou eu.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

espere,

ainda não é hora, o momento é impróprio, o solo é infértil, ele não dirá o mesmo para você. talvez ele vai rir da sua cara de boba apaixonada, ligar o rádio no último volume e fingir que não está te ouvindo. não pronuncie as três palavras mágicas, ainda não farão o efeito desejado, provavelmente ele vai te achar louca por gostar tanto assim de alguém. eu sei que você não tem culpa de gostar assim, dessa maneira, com essa intensidade.. mas ele não vai ter pena se não sentir o mesmo.. e você vai sofrer. mas não.. não comece a chorar, apenas estou sendo sincero contigo. como pode dar errado, também pode dar certo.. quem sabe ele também não gosta de você? no mais, eu peço que você espere mais um pouco.. ainda é recente o caso de vocês.. você está fazendo o que pode, deixe que o tempo faça um pouco o trabalho dele agora, e não se martirize tanto, tá bom?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

eu amo você.

se você soubesse o tanto que sinto por ti, não me deixarias ir embora. se você soubesse o quanto sua presença me faz bem, não me deixarias sair por aquela porta. me manteria em seus braços, me prenderia em seus beijos, me arrancaria suspiros a todo hora. se você soubesse como o seu sorriso encanta os meus olhos, não diria até logo, não largaria minha mão, não consentiria minha decisão. mas o amor não funciona assim, quanto mais simples a situação, mais um drama complicado tudo vai se tornando. enormes bolas de neve sem sentido vão se criando, quando tudo que precisa ser feito, é dizer apenas.. sim, eu também te amo.

sábado, 20 de junho de 2009

7:15 am

nem a névoa foi capaz de esconder. a luz que saia entre as nuvens em meio ao céu azul estavam lá, e vai ser sempre assim. não há como dizer não, por mais que palavras não saiam de nossas bocas, é aquele tipo de sensação que dispensa explicação. gastaria horas e horas, perderia dias e noites, que não seriam suficientes para tentar expelir tudo que há aqui. entrego na mão da sorte, se o que vai acontecer mais a frente será bom ou ruim pra mim, cedo ou tarde eu vou descobrir.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

chuva

é só a chuva denovo, tentando levar embora minhas lamúrias. é o frio, a noite que chega mais cedo, a vontade de ir para debaixo das cobertas, um chocolate quente, ler um bom livro. é apenas a chuva que cai, e devolve o cheiro de vida novamente. barulho infinito, sem hora para acabar, como eu, sentado em frente a lareira sem ter hora pra voltar. eu rasgo as folhas, e volta a rasgá-las denovo, porque será que eu não consigo me concentrar? chuva, é apenas água que vem das nuvens, não precisa se assustar. se tens medo de trovão, não precisa tentar escapar, pode se abrigar em mim, sem problemas, eu não vou te machucar.

terça-feira, 16 de junho de 2009

eu não vou

eu não vou voltar atrás e pedir para você voltar. eu não vou me humilhar, eu quero mesmo é deixar essa chance passar. eu não vou me ajoelhar, eu não vou chorar, eu não vou implorar, eu não. ontem eu quis muito, hoje eu quis mais ainda, amanhã eu não sei, quem sabe o que eu vou querer. me enxergue enquanto há tempo, enquanto o sol brilha. porque quando a noite chegar, talvez eu não ame, talvez eu não te chame, quem sabe até eu já tenha esquecido o seu nome.

cactos humanos

há pessoas que possuem espinhos, tal qual os cactos. destroem laços, arruinam vidas, invejam os mais "fracos". espinhos que cortam, perfuram, machucam, mas não matam. eu posso estancar a ferida, colocar um curativo, e viver minha vida. já você, sempre será sozinho, um pequeno cacto, perdendo a própria vida em meio aos seus próprios espinhos.

frio e pálido.

morto, estirado no meio do chão da sala. sem vida, sem alma, sem nada. várias opções que se resumiam em apenas uma, morrer. abaixei minha guarda, deixei você entrar, apostei todos os meus pertences, e mais uma vez o meu barco foi ao mar. naufrágo. a água invadiu o meu bloqueio, pelos pequenos buracos de minha defesa o veneno se alastrava. cada vez mais rápido, cada vez mais feroz. era isso que você queria, era isso que você desejava. arrastei-me aos teus pés, escolhi não viver minha vida, e procurei me encaixar na sua. erro. errei pela segunda vez, mais uma vez achei que pudesse ser tudo diferente e me enganei. tão tolo, tão burro, tão fútil, tão fácil. agora eu tento levantar desta cama, a cada dia mais fria, a cada dia mais suja.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

felicidade diluída.

Quem acha que o tempo é longo para quem não sabe aproveitar a vida, se engana totalmente. Quanto mais o tédio me consome, as horas passam cada vez mais rápido, e os dias parecem não ter mais 24horas. Nunca tive essa sensação de que o tempo não passava, antes de trocarmos nossas primeiras palavras não ensaiadas. Sem roteiros, tudo no improviso. Eu achando graça das suas piadas clichês, aquele silêncio que ecoava quando não tínhamos mais assunto, a vontade de abraçar, beijar, gritar. Cada momento ao teu lado, mesmo quando não existiam palavras, só olhares, eram eternos, e só terminavam porque o destino interrompia. Mas nada é como a gente quer, nunca vai ser. Em um momento você consegue andar com seus próprios pés, e cinco minutos depois deseja de todo coração que aquela pessoa te segure a mão, alegando que sem ela não dá para continuar. Não, eu não dependo de ninguém. Sempre morri e revivi diversas vezes, até quando achava que eu estava totalmente perdido, eu consegui me livrar de todo aquela tristeza que por pouco não me consumiu por completo. Porém, ninguém nunca tá satisfeito. Alguém por trás de tudo isso, deve usar as pessoas para me ensinarem lições das piores maneiras possíveis. De fato, bens materiais não significam felicidade. Morar em uma casa bacana, ter um quarto só seu, trabalhar e desfrutar do seu próprio dinheiro, um computador no seu quarto, a chave de casa, uma carteira de motorista, tudo.. é só um prêmio de consolação para quem não teve sorte com os outros "artefatos" da vida. É íncrivel como as pessoas tem o poder de aparecer e desaparecer na minha vida sem dar explicações. Então, quer dizer que eu não posso controlar NADA? Nem quem entra e quem sai da minha vida? Será que eu não mereço algumas respostas? Talvez deve ser porque eu mantenho meu coração sempre com a porta aberta, nunca o tranquei, tenho medo de fazê-lo e nunca mais conseguir acertar abrir denovo. Medo de conseguir congelar meus sentimentos devido o egoísmo das outras pessoas, e nunca mais conseguir chorar denovo. Medo de conseguir deixar de sorrir. Será que eu devo me manter acessível para tudo e todos, continuar correndo o risco de ser atingido por balas, ser perfurado, sangrar, e toda vez eu ter que me reeguer denovo? Quantas vezes a gente precisa morrer para poder ganhar alguns momentos felizes como premiação? Alguém sabe me responder?

sexta-feira, 22 de maio de 2009

você tem uma chamada não atendida.

E o poder da tecnologia se mostra incrível. Consegue ligar qualquer ser humano, não importa a distância. Esperar uma ligação importante é algo tão.. angustiante. É como esperar por um exame médico na sala de espera, pelo resultado do vestibular que você se matou de estudar, pela ligação de uma empresa renomada onde você deixou seu currículo. 24 horas. A ligação pode acontecer em qualquer momento, mas você não estará grudado com seu celular por todo esse tempo. Comer. Dormir. Tarefas a serem feitas, e seu celular nem sempre está lá. Há o medo de a ligação nem ser realizada, e há o maior medo de todos nós, de que a ligação seja feita e quando você olha para o visor do ceu celular esteja escrito "Você tem uma chamada não atendida". É como se você tivesse perdido o último trem de ida para o seu tão esperado destino. Idiota? A última coisa que você vai lembrar é que é apenas uma ligação, e ligação podem ser refeitas. Mas e quando não são? Como saber o que se passa na cabeça da outra pessoa? Ela pode ter tentado, e pessoas nem sempre costumam tentar mais de uma vez, a maioria são preguiçosas, uma vez já basta. Todo dia é único, e toda ligação também. Talvez o que não foi dito ontem, não será dito nunca mais. Uma chance, apenas uma chance, e você a perdeu. Grude o celular no pé do ouvido, coloque o rigntone no último volume, sinta a vibração de quando ele tocar, está cada vez mais difícil perder uma ligação importante. Mas, acontece. Perdi a conta de quantas vezes perdi estas chances únicas, mas será que essas chances me levariam a um caminho relevante? Sempre que perco uma chance importante por brincadeira do destino, me pergunto se não deve ter sido melhor assim. Como eu disse anteriormente, ninguém sabe o que se passa na cabeça das outras pessoas, e a mente humana é algo tão contraditório, que podemos acabar atendendo a ligação do diabo, e não do anjo como esperávamos. Ligações Conectam. Sentimentos aproximam. Tecnologia.. às vezes, te superficializa.

terça-feira, 19 de maio de 2009

queda livre, noite de tormenta.

Nem cordas de aço conseguiriam me segurar. Os remédios para dormir já não faziam mais efeito, meu corpo já havia se acostumado com a velha rotina das madrugadas de olhos abertos. Eu não sentia minhas mãos, eu não estava nervoso, e nem prestes a entrar em cena, mas elas suavam sem parar. As luzes estavam mais fortes que o normal, eu parecia estar girando sem sair do lugar. Alucinante, eu diria. As cadeiras mais próximas serviram de apoio, por pouco não beijei o chão que eu pisava naquele instante, por pouco. Minhas mãos iam até a minha boca a todo instante, algo não estava bem acomodado no meu estômago. Não foi a comida, não foram os remédios, nem um motivo era tão aparente, até que me dei conta de que aquilo nem real era. Eu estava preso dentro de um pesadelo criado por mim mesmo. Como apagar um fato que você mesmo criou? Como abrir uma porta que não está fechada? É como se eu estivesse sonhando acordado, um morto vivo deitado de barriga para cima sem poder fazer absolutamente nada. Louco. Não, eu estava normal. Era possível distinguir os objetos, diferenciar o preto do branco, adormeci. Agora, parece que meu cérebro pesa mais de cento e vinte kilos. Insuportável. Tantas coisas passam pela minha mente agora, e todas elas de uma forma estranha e idiota estão relacionadas a você. Um filme que eu não vivi passa pela minha memória. Como recordar momentos que não foram vividos? Meus sonhos tomaram posse da minha racionalidade. Eu não me contenho. Eu não me contenho. Bebidas, remédios, noites mal dormidas, porque vocês não param de criar buracos e atormentar a minha amarga vida?

sábado, 16 de maio de 2009

RELEVEM!

talvez eu me surpreenda. foda-se o sensato, me jogarei no arriscado. tantas quedas não me mataram, uma a mais não irá me fazer tão mal né? ;)

the sentence.

brincadeiras de pique-esconde, gato e rato, são joguinhos ótimos e excitantes, mas chega uma hora que o seu eu grita por "stop". tentar ser o "outro" da história, não daria certo. ou é 100% completo, ou melhor parar onde se chegou e ponto final. triste? sensato, eu diria, até para me confortar. incrível como a vida, na maioria das vezes, é uma tremenda trapaceira. você acha que coisas "boas" simplesmente acontecem, mas depois você consegue enxergar os "poréns" que ela traz consigo mesma. pois bem, estava olhando para o céu, pedindo para não passar um 12 de junho "alone" pela 18º vez na vida. não denomine a minha situação me taxando de desesperado, porque desespero é uma palavra inadequada no momento, certo? Enfim, desespero ou falta do que falar com Deus, aconteceu. E daí que apareceu algo melhor do que esperava? Não faz diferença, quando este já tem um outro alguém. Essa vai para a minha lista "sinas de mim mesmo", porque são sempre do nordeste? porque estão sempre namorando? quem disse que o perigo me atrai? quem disse que eu gosto de confusão? Tudo bem, missões facéis, e tranquilas, realmente não fazem meu gênero, visto que, minhas últimas situações amorosas foram bem complicadas, conturbadas e mexeram loucamente com meu psicológico, e por um triz não parei em uma sala quadrada conversando com um estranho. sentimento, um nome simples e complexo, que se você não souber ou não conseguir administrar, te cega, te amordaça, e te joga dentro de um porão. mesmo que eu perca a grandiosa chance, de passar meu dia dos namorados com alguém que não seja meu "el dredon", eu prefiro ser sincero comigo mesmo. fazer as coisas escondido e em locais "proibidos" é ótimo para SAIR da rotina, de vez em quando, mas levar um relacionamento assim, realmente não é pra mim. ter 50% de alguém e ser esquecido a cada ligação da "coluna principal" vai fazer uma enorme diferença. se é pra correr riscos, então que dê a largada. ou de você eu tenho tudo, ou da minha parte não terás nada.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

sou só um caminhante.

Eu não posso mudar minha personalidade, se nem mesmo eu sei quem sou de verdade. Saber que fico de mal humor pela manhã, que fico com raiva quando mexem nas minhas coisas, que esmurro a parede quando algo que eu desejo escapa entre os meus dedos, são apenas algumas dicas, se descobrir vai muito além de defeitos e qualidades. Experimentar novas sensações, encarar perigos cada vez maiores, se arriscar em pular de um prédio, sendo que nem sempre terá alguém para te impedir. É preciso arrumar as malas, surpreender a todos e principalmente você. Sonhos são chamados de sonhos porque alguém preferiu assim, e não porque eles não deveriam sair do papel. A vida é tão curta para perder tempo bancando o infantil, se você não procurar amadurecer ninguém vai crescer por você. Sim, talvez você morra e nunca tenha descoberto sua verdadeira essência, talvez você morra sendo odiado por muitos, mas ninguém nunca vai poder dizer que você não tentou, que você não buscou a si mesmo. Sejamos caminhantes que passamos na vida de todas as pessoas, sejam elas conhecidas ou não. Sejamos caminhantes que não planejam a ferro e fogo a agenda de amanhã. Sejamos caminhantes que não privam da própria atenção apenas para aqueles a nossa volta. Sejamos caminhantes, vendedores de sonhos, que pensam a frente das outras pessoas, mas que não passa por cima delas para vencer. Hora de partir, eu não preciso de dinheiro, cartões de crédito, uma cama confortável, basta minha própria companhia, é dela que eu mecessitarei para sobreviver. Nosso mundo pode cair quando alguém parte de nossas vidas, e se reconstruir, mas quando ele cai dentro de nós mesmos, talvez uma segunda chance não venha a surgir.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Tenha a sinceridade de um alcoólatra.

Bêbados dançam, se beijam, se abraçam, se emocionam facilmente, nenhum deles levanta alguma bandeira, revelam o que muitas pessoas desconhecem hoj em dia, a igualdade, exceto pelos bêbados que ficam enfurecidos quando bebem. O álcool consegue bloquear certas áreas de nossa mente, como o preconceito, as barreiras nacionais, socias, etc, fazendo com que todos sejam iguais diante do Mestre dos Mestres. Porém, é melhor conseguir este feito estando sóbrio, para conseguir evoluir como ser humano e ter a chance de fazer escolhas. Embrigado, tenho uma vontade extrema de expor meus sentimentos, sem ligar para a opinião das outras pessoas. Irei conseguir este feito sem precisar acabar com a minha saúde, embora eu goste de curtir a vida com um pouco desse líquido correndo nas minhas veias. Enfim, seja um "alcoólatra" na vida, seja mais sincero, libere seus sentimentos, desejos e sonhos mais profundos, extraia todos os seus medos, todos os seus monstros. Às vezes sequer precisamos de um conselho, de uma palestra tentando nos mostrar o caminho até a "luz", já nos bastaria ter um ouvinte que suportasse ouvir todas as nossas agonias sem nos julgar, sem nos "empurrar" para longe da vida social, logo essa vida que cultiva o preconceito nas mais variadas formas. Talvez um dia conseguiremos acabar coma violência, mas nunca com os seres humanos egoístas.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Estereótipos.

Será que está correto definirmos um ser humano por aquilo que ele veste? Será que as atitudes que eu tenho em certos momentos da minha vida, condizem com a minha personalidade? O que é feio? O que é magro? Quem somos nós para dizer com total convicção, que alguém está fora do padrão de beleza? Pessoas bonitas e magras são estampadas em capas de revistas pelo mundo todo, nos fazem acreditar que aquilo é ser belo, e nada mais que aquilo. Você pode ser chamado de feio, e mesmo assim se achar bonito, qual a opinião mais importante, a sua ou a das outras pessoas? Feio deveria ser sinônimo de uma pessoa que não se veste bem, mas espera aí, quem é que sabe de fato o que é estar na moda? Quem me garante que usar meias coloridas, com um tênis branco, e uma bermuda quadriculada não está na moda? E daí que as pessoas vão focar seus olhos em você, desaprovando a sua vestimenta? Deixamos de se preocupar com nosso bem estar em função da visão das outras pessoas, estas que não deixam de comprar uma só revista de moda quando chega nas bancas, e acabam perdendo a essência de quem elas são de verdade. Nosso modo de agir, de falar, de se vestir é único, é uma das coisas que ninguém pode roupar de nós. Servem como forma de expressão, servem para contar as outras pessoas , sem utilizar a fala, como nos sentimos, o que pensamos. Milhares de pessoas se perdem de si mesmas, tentando encontrar outra pessoa. Se tranformam em verdadeiros robôs, e ainda ficam chateadas quando as julgamos de algo que elas não são na verdade. Porque usa estes sapatos tão sem vida, quando está feliz e de bem com a vida? Certamente não é a cor que lhe atrai, certamente você não ligou para o preço, simplesmente viu em alguma revista ou em uma página na internet, e não polpou o bolso na hora de obtê-lo. É muito bom vestir algo de marca, mas não adianta forçar aquela blusa que não ficou bem em você, ao invés de ficar "estiloso" igual o cara do desfile fashion, vai parecer um panaca sem graça que copia e cola na vida o que vê em outras pessoas. Crie, inove, porque você não cria suas próprias roupas e passa a ser olhado com os olhos da admiração? Já dizia Pitty em Máscara.. "Seja você, mesmo que seja, bizarro, bizarro, bizarro."



Dica dada! ;)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

passo em falso.

Errei o caminho, fui de contramão, dei de cara com muros em construção. Fui atingido por ferros cobertos de pó, feriu, corroeu, dilacerou-me de uma forma quase completa, mas eu incrivelmente ainda conseguia me manter em pé. Totalmente vulnerável a tiros de segundos, terceiros, detalhes que faziam sentido se tornaram uma imensa interrogação, interrogação esclarecida com decisões sensatamente corretas, agora eu sei onde e como devo pisar neste solo infértil. Quanto mais frágil, mais forte você fica. Às vezes me admiro com o tamanho da minha tolice em relação a coisas óbvias, o problema é que essas coisas óbvias as vezes nos cegam, e nos fazem enxergar tudo de uma forma totalmente distorcida, ou errada do que elas realmente são. Gostar de alguém não é ter garantia de amor correspondido, vira e mexe nos deparamos com um gosto amargo da decepção. Pessoas são tão complexas, cada uma com seu jeito de entender o que nos rodeia, cada qual com suas personalidade díspares. Mostrar força é conseguir olhar para frente, mesmo quando achamos que nada iremos encontrar por lá, por outro lado, não podemos simplesmente ignorar os nossos sentimentos, temos que vivenciá-los e ter paciência, viver um dia de cada vez, e deixar que com o tempo aquilo que chamavámos de dor, se tranformar em só mais uma ferida que se fechou. Ninguém deixa de gostar da noite para o dia, ainda iremos chorar e lamentar por aquela fisgada no peito, nos perguntar "porque não foi como eu queria?", e com o passar dos dias, as coisas vão voltando a ficar claras denovo, e quando você nem se der conta, não estará pensando naquela pessoa vinte e quatro horas por dia. Não é fácil, amor não é para os fracos. Uma dia, pode ter certeza e garantia do que direi agora, tudo será recompensado, as lágrimas que escorreram durante sua trajetória amorosa, virarão sorrisos de felicidade, a ansiedade gostosa esperando um presente no dia dos namorados, noites e mais noites rindo no sofá de um filme qualquer, beijos de bom dia ao acordar com aquela cara amassada de quem dormiu extremamente bem e feliz, abraços seguidos de um "eu gosto tanto te você, quero que saiba disto." e todos os acontecimentos e sensações derivadas do amor. Por isso, permita-se sofrer, que lhe será concebido o dom de ser feliz.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

me sinta.

A sós com a ilusão, congelar um coração é uma tarefa tão árdua. Desprezando sensações, tentando manter os pés nesse chão indiferente aos meus pensamentos. Nada é forçado, mas quando se trata de sentimentos, ou você foge para encontrá-los daqui um tempo, ou os encara de vez e resolve tudo, resumindo.. não adianta tentar não ver, fingir que não sente, porque uma hora ou outra eles vão acabar te encontrando, esteja onde você estiver. Gostar de alguém é algo bastante complexo, tão difícil de se entender, e estranho ao mesmo tempo. Em um momento você não gosta dessa pessoa, só a enxerga como sendo mais uma entre as várias existentes a sua volta, e no outro.. as coisas mudam. As palavras, o cheiro, o toque, tudo fica impregnado na sua cabeça, invade seu cérebro, e ai já era. A maioria das pessoas geralmente criam o seu 'tipo ideal' e quando menos esperam, se apaixonam por uma pessoa que aperentemente não faz seu tipo. Eu gostava de altos, de pessoas claras, não fumantes, e de repente me vejo apaixonado por uma pessoa totalmente inversa ao meu "gosto", como pode? Ninguém sabe responder, pelo menos não uma resposta sensata, cada qual enxerga os sentimentos de uma forma pessoal. Eu prefiro não enxergar nada, naõ tentar entender, só sentir.. se eu tiver que me dar mal que seja logo, melhor não adiar uma possível dor. Às vezes você passa meses, anos, tentando amar, gostar de alguém que te ama incondicionalmente, mas é em vão, não dá, não acontece o planejado e tudo vai por água a baixo. Às vezes apenas cinco minutos e você já sente aquele incômodo no estômago, como se borboletas voassem por dentro do seu corpo toda vez que você vê ou pensa naquela pessoa. Sentir é tão louco quanto viver, amar é tão difícil quanto sofrer.

domingo, 26 de abril de 2009

Metades.

erro o passo. uma mão aponta em uma direção e a outra é contrária. corro, caio, nem milhões de travesseiros amorteceriam minha queda. luto, sofro, debaixo das cobertas é impossível não recorrer as lanternas. grito, me calo, tento afugentar minhas neuras, minhas loucuras, minhas incertezas, e as minhas derrotas. uma metade ainda acredita em amor de novela, a outra chora de angústia, sem esperança e certa de que só se ama as pessoas erradas. sinto o perfume de chocolate branco ao longe, o café esfria na mesa, nenhuma roupa é boa o bastante, até o barulho das folhas nas àrvores me aborrece. tento criar uma linha de raciocínio, tracejar objetivos distintos, completar o quadro com cores ofuscantes, nada se completa, nada de somas perfeitas. pergunto onde estão aqueles sorrisos surreais, ninguém sabe, ninguém viu, não deixou rastros nem pistas do seu paradeiro. os procuro incessantemente, talvez eu os escontre, não mais tão felizes, talvez totalmente aterradores. a música agitada se torna uma melodia sem fim, tão dramática quanto poemas e versos transcritos sobre a pele de alguém que já é um ser sem luz. metade é totalmente reflexiva, a outra nunca está pronta para se sentar e olhar o horizonte inquieto. me convida pra sorrir, enlouqueça comigo, se surpreenda com as minhas metades, crie comigo imagens marcantes, fatos importantes, dias tão bons quanto aqueles inconstantes. siga-me para um caminho de incógnitas, de seres sem resposta, de anjos enfurecidos em busca da magia que é a vida. só diga sim e aperte minha mão insegura, e então sairemos em busca do novo que todo mundo procura.

Mais pesado do que podemos imaginar.

Carregar uma sacola com 5kg de laranjas nas costas ou dois sacos de cimento, pode nos fazer derreter em suor antes de concretizar o ato. Algo que fica leve quando nos deparamos com situações, em que parecemos pequenas formigas carregando o mundo nas costas. É, ele desabou. Desabou e não quer saber se você vai ter forças para suportar, se você vai achar uma solução para lidar com isso, ou se simplesmente vai pular de um grande edifício na avenida mais próxima. Buscamos ajuda nas coisas mais diversas e inusitadas, nos agarramos a uma bílbia ou culpamos o todo poderoso por tamanha desgraça, encaramos de frente o problema a fim de assustá-lo, como se disessemos "Eu não tenho medo de você, agora pode dar meia volta e sumir daqui.", achando que de fato a solução para um problema é mostrar a ele que ele não tem solução nenhuma. Encharcamos nossos travesseiros de lágrimas, gritamos contra cada pedaço do nosso quarto, quebramos pequenos objetos inofensivos, comemos os dedos como se os mesmos tivessem apontado para a má escolha da situação. Quem tem culpa? Você? Eu? O mundo? As pessoas que estão a minha volta? É o destino? O que está feito, está feito. Perder tempo procurando o indíviduo culpado por total destruição emocional não vale a pena, nem se ele é um ser vivo sabemos, teríamos que nos focar também nessa incessante e louca aventura em achar o culpado, mas já temos um grande problema, um grande caos para nos livrar. O mundo conspira contra os meus desejos, nada dá certo, nada parece tão bom, nada os faz sorrir, tudo parece negro, pálido, rígido, pesado. É como se uma cortina de fumaça fúnebre dominasse os meus pensamentos, os meus objetivos, a minha vida. Não consigo ver o colorido, nem em pinturas, nem nas coisas mais vivas desse mundo. Perdão, talvez eu não possa aguentar, talvez eu seja mesmo um fraco, mas não como uma formiga, que está sempre lutando contra o destino de ser pisoteada a qualquer instante, e sim como uma pessoa que um dia chorou, brincou, amou e agora resolve desistir de tudo por simples egocentrismo. Assuma os seus atos, libere as suas mais terríveis e incuradas feridas, desça ao térreo dos seus pesadelos mais sombrios, deixe que o seu eu tome conta de você, chega de fantasias, de máscaras irredutíveis, de achar que o mundo gira em torno da sua vida e ninguém nunca te estende a mão quando precisas. Há um mundo lá fora, e uma vida dentro de si mesmo, se o mundo ousou em cair sobre suas costas, mostre a ele o quanto estão preparadas para suportar quantos mundos quiserem cair sobre elas. Os problemas só irão te esmagar por completo se você os permitir.

João Paulo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Tudo pra você.

Não, não precisa se levantar, não. Você pode ouvir tudo isso aí mesmo, no sofá. E pode fechar também esse sorriso. Eu não estou de volta. Está ouvindo? Dirigi até aqui, passei pelo seu porteiro curioso, subi por esse seu elevador cheirando a mofo, pra lhe dizer exatamente que eu não estou de volta. Que você pode ficar com tudo. Com seu livros empilhados, com seus discos mal guardados, com suas plantas quase-mortas, por não serem mais regadas. Você pode ficar com tudo. Com esse seu vaso de flores amarelas de plástico, empoeiradas pelo que vem dessa janela sempre entreaberta. Pelo que vem com o cinza dessa cidade imunda. Fique com tudo. Com esse seu apartamento minúsculo. Com essa caixa de fósforos do décimo sexto andar. Não quero nada. E só achei que deveria saber que você pode ficar com tudo. Com os meus beijos e com os meus apertos, inclusive. Com os meus carinhos feitos quando eu, tolo, acreditava que você era o que eu andava precisando. Só achei que deveria saber que esta é a última vez que me viu por aquele olho-mágico da porta, antes de me espiar por ele, de costas, indo embora, de uma vez por todas, por aquele corredor com marcas de mãos pretas pelas paredes. Achei que precisava lhe avisar que não quero mais nada. Que você precisava saber que esta é a última vez que estou pisando nesse seu carpete desfiado. Olhando para todo esse caos, que um dia chegamos a chamar de paraíso. Não, não precisa se levantar, não. Você pode ouvir tudo isso aí, com essa bunda grudada no sofá. Eu só passei mesmo pra dizer que não quero nada de volta. Nem aqueles beijos todos. Poderia fazer com que cuspisse um por um, agora mesmo, de joelhos sobre o tapete. Mas eles não vão me fazer falta. E eu estou meio com pressa. Me desculpe, mas eu só passei por aqui realmente pra avisar que não, eu não estou de volta.



[Eduardo Baszczyn]

O tudo sobre o mundo.

E mais um sol nasce ao longe,
as plantas parecem mais vivas do que ontem.
O verde das folhas ilumina a natureza,
pássaros voam, liberdade entre as nuvens.
Eu passo na frente da agenda,
nada hoje, nada amanhã, e nada depois.
O dia parece que ganhou 24 horas a mais,
custa tanto a passar,
que às vezes eu acho que a noite nunca vai chegar.
O que os meus olhos vêem, meu coração não sente.
Onde eu enxergo fumaça nunca há fogo,
nada me surpreende, nada me choca,
nada muda, nem se transforma.
Bocas que não falam, olhos inexpressivos,
sentimento invisível que consegue te dominar
de uma forma que nem você consegue entender.
Você aceita, você espera, e as perguntas nem sempre
são respondidas, talvez um dia, talvez nem nesta vida.
As pessoas brincam, fingem, mentem, enganam,
te exploram, te sugam a energia, se aproveitam da
sua generosidade, e até da sua ingenuidade fingida.
Depois elas cuspem na sua cara, te deixam falando
sozinho, e usam uma borracha para apagar tudo
aquilo que elas tinham te dito.
Matemática, Física, Química, para todos esses cálculos
há um resultado exato. Ser humano, sentimentos, amor,
quem me consegue responder uma pergunta correta,
sem titubear no meio da resposta?
Eu acho, talvez, não sei, quem sabe, é cedo para se decidir.
Amanhã chega depressa pra quem não espera,
e demora anos para aqueles que anseiam desesperadamente.
Reveja seus conceitos, seus desejos, seus sonhos,
todo dia é dia de mudar, amanhã talvez pode nem chegar.

sábado, 18 de abril de 2009

Não quero falar de amor.

Fica tão repetitivo, quanto mais se fala de amor, mas ele se torna algo extremamente necessário na vida de alguém, e quem seria eu para dizer o contrário? Chega a ser tão importante pra mim como a minha própria vida, sem exageros. Eu não tenho medo da morte, eu só tenho medo do dia em que isso pode acontecer. Eu tenho sonhos a serem realizados, e eu não gostaria que minha vida fosse impedida no meio do caminho, sem eu ter tentado. Pior que morrer de uma hora para outra, é morrer sem ter amado alguém na vida. Às vezes eu acho que eu nasci na época errada, sou muito atrasado para os dias atuais, onde poucas pessoas dão valor aos sentimentos alheios, onde poucas pessoas de preocupam com o caráter, onde muitas vivem por viver e definem felicidade como sendo uma coisa suja & hipócrita. Não tô bancando o santo, alguns acontecimentos no meu passado falariam por mim agora, mas sem eles eu não teria aprendido o que eu sei hoje. Eu bebo, transo (não fumo), mas nem por isso eu preciso sujar a minha personalidade com ideais sem fundamento. Eu gosto do inovador, do atual, da tecnologia avançada. Tudo a minha volta evolui e muda para melhor, mas certos valores só acabam regredindo a cada século que passa, e logo esses que tantas pessoas tiveram o cuidado para que não caissem no esquecimento, ou pior, para que não fossem "usados" de forma errônea. Chega, são coisas que talvez algumas pessoas já perderam e nunca mais vão aprender. Não vou tentar mudar nada, não sou responsável por ninguém além de mim mesmo, então.. quem quiser repensar como leva a sua vida, se é isso mesmo que quer para si mesmo, sinta-se a vontade.

Em terra de cegos, quem tem olho não é rei.

Convenhamos que poder enxergar os objetos, os tons, os locais por onde você passa, as pessoas que te rodeiam, as luzes fortes que fazem seus olhos doerem, é muito bom. Ninguém gostaria de viver na escuridão, de ter que enxergar usando as mãos, de não poder ver quem passa e sorri para você. É tão melhor acordar e contemplar o sol, o azul claro das nuvens, o verde das folhas, a mistura de cores de uma natureza sem fim. Mas e quando a visão de uma hora para outra some? Como se você fechasse os olhos e quando os abrisse tudo está branco como leite? Você não teve tempo de se acostumar com a idéia, não planejou, simplesmente aconteceu abruptamente de uma hora para outra. Você os fecha, os abre, os fecha, os abre, e tudo continua branco. Tão estranho, eu achava que estar cego era viver na escuridão, mas agora eu vivo na luz, será que eu estou morto? Não, mas de fato estar cego é estar meio morto, ou melhor.. meio vivo. É como se você passasse a viver lendo um livro, onde as pessoas te contam os acontecimentos em geral, e como você não os pode ver, você tem que imaginá-los como acha que devem ter ocorrido, e daí flui sua imaginação. Com o tempo a gente vai se acostumando, não é tão fácil como quem aprende a andar de bicicleta ou a dirigir, mas ou aprendemos a viver sem os olhos ou morreremos por causa deles. É uma luta para poucos, não sei se posso chamar um cego de privilegiado, mas de certa forma é assim que deveriam se sentir. Tudo tem seu lado bom e o ruim, mas se pararmos para ficar pensando nos contras de não poder ver as coisas, só iremos descer cada vez mais baixo em direção ao oposto da luz. Talvez seja isso que falta em algumas pessoas, a cegueira. Ser obrigado a enxergar somente o interior do seu semelhante, sem descriminação de cor, de aparência, de nada. Apenas sentir e tocar. Apenas sorrir e amar. Nada mais que isso. Meus olhos foram multilados por alguém sem nome, eu não vejo mas eu sinto tudo que acontece a minha volta. Se você tem seus olhos para olhar, veja. Se você pode ver, repara.



[Pequeno texto feito por mim depois de ler O Ensaio sobre a Cegueira. Um resumo em texto completo da obra, ficaria muito extenso.]

sábado, 21 de março de 2009

Subindo pelas paredes?

Quem nunca ouviu alguem dizer, seja amigo ou sejá lá quem for, "estou subindo pelas paredes" ou o clássico "estou matando cachorro a grito"? Provavelmente todo mundo. E não estou relacionando essas frases com o fato de se estar solteiro, ou algo do gênero, e sim pela falta de sexo na sua vida. Muitas pessoas tratam de sexo, como quem vai para balada e beijam algum desconhecido. Sexo por diversão, sexo por falta do que fazer. E o sentido da palavra some, evapora, não há amor, carinho, tempo. Fica a pressa, a falta desesperadora, de algo que deveria ser especial, talvez a luz de velas, ou ouvindo aquela musiquinha calma e excitante ao mesmo tempo. Enquanto muitas pessoas se estrangulam, correm para os chats, ou buscam aquele velho affair somente para se satisfazer, eu me junto a este grupo mas com objetivos diferentes. Concordo com o fato de sexo ser algo importante, mas daí fazer dele apenas uma ação do cotidiano, como acordar e tomar café todo dia, é demais. E daí se estou a meses sem suar com alguém na horizontal? Foda-se. Piadinhas constantes são totalmente relevantes. Sim, além das pessoas abusarem da palavra sexo com quem abusa de catchup no cachorro-quente, ainda implicam com você por não ser igual a eles. Não, eu não tô procurando sexo constante. A última coisa que eu penso quando eu vejo alguém interessante na rua, é em nós dois deitamos na cama, soltando gemidinhos de prazer, e perguntando no final de tudo "E aí foi bom pra você?". O que eu queria tem nome, e concerteza não se chama sexo. Há quem diga que existe coisas melhores do que rir absurdamente de coisas sem sentido com aquela pessoa, tirar fotos que talvez enfeitarão a estante da cama por muito tempo, sair numa tarde qualquer para passear, passar uma noite inteira assistindo um filme na cama sem nada acontecer. Primeiros encontros se tranformaram em despedidas. Um beijo não vem seguido de uma palavra de carinho. A mão boba que antes era inocente, agora sabe muito bem do que se trata. Há coisas mais importantes e bonitas do que sexo, e essas eu nunca deixarei de priorizar.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Queimando fotos e cartas.

Sem fotos, sem cartas. As lembranças se diluem, evaporam ao percorrer a estrada. Tudo que podia ter sido feito, foi feito, e de forma contrária. Um não que não era esperado, um carinho não contemplado, palavras que se calaram. Eu tentei me perder, mas eu sabia onde eu estava todo o tempo. Queria te assustar, fazer você pensar que eu tinha matado os meus sentimentos, fazer você se sentir culpado pelo meu enclausuramento, porém, foi em vão. Você esnobava as minhas crises de choro, como quem ignora um convite de dança clássica, simples assim. Parecia se sentir feliz quando a frieza, que não era pouca, congelava todas as minhas ações, me paralisando sem uma chance sequer de me defender. Eu estava totalmente exposto, sem escudos ou armas bélicas, e você se aproveitava disso facilmente. Não, eu não posso satisfazer mais um desejo teu. Não, eu não posso me desvalorizar a ponto de deitar na mesma cama que você, a ponto de acreditar mais uma vez no que você vai me dizer quando seu rosto tocar o meu. Eu seria novamente um tolo, um ingênuo imaturo que caiu nas armadilhas de um amor inseguro. Posso andar com minhas próprias pernas, definitivamente eu não preciso de você para nada. Fique com as suas obras, rasgue todos os meus presentes, queime minhas cartas, esqueça daquela tarde na grama, esqueça de mim, melhor.. esqueça de nós mesmos.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Perdido.

Nada do que saía da sua boca era verdade, seus olhos não acompanhavam a sua boca, sua hesitação em cada meia palavra deixa transparecer o seu desespero, de fato eu iria ser deixado ali debaixo daquela chuva, que antes de mim já deveria saber o que iria acontecer. "Não tem nada a ver com você, sou eu." Porque essa frase sempre é usada ao invés do sincero e rápido "É, eu não amo mais você como antes." Diga o que tem de ser dito de uma vez só, sem deixar que sobrem esperanças para mais adiante, sem deixar que eu continue achando que ainda pode dar certo, faça com que não sobre nada além das memórias, já que elas não podem ser apagadas nem esquecidas, mesmo que passem mil anos. Lembranças essas que vão perdurar por muito tempo, bastante tempo. Duro, rápido, cruel. Eu não me contive, mas a chuva daquele dia fez com que minhas lágrimas passassem despercebidas. Eu não sabia se eu voltava para casa, e lembrava dos momentos que ali passamos juntos, ou se eu continuaria ali na rua, vagando sem destino, como alguém que perde o foco da vida, e pretende desistir de tudo. Foi como se me arrancassem o coração, cortassem lentamente a minha pele, a dor era tanta, que parecia mais uma doença. Eu apostei todas as minhas fichas na gente, arrisquei, lutei e sangrei. Dias depois, eu já não conseguia me ver amando alguém novamente. Era como se eu estivesse vivo de coração parado. Meus olhos fundos e negros, já não brilhavam sequer com a luz do sol. Minha vida parecia não ter mais sentido, logo eu, que sempre me mantive esperto para que ninguém se aproximasse, para que ninguém tivesse a chance de acabar com meus sonhos e me desviar dos meus objetivos. Quando percebemos, eles já foram levados por alguém que você supostamente acreditava conhecer. É, meu coração para por aqui. Portas trancadas. Chaves jogadas fora. Chega de confusões, chega de noites em claro, chega de decepções, chega de beijos apaixonados, chega. Isso não é uma decisão de idéias exatas, e sim uma, talvez breve, condição imposta por pessoas erradas.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Fidel[idade]

Há quem diga que jovem não é fiel, devido a sua idade imatura, a sua gana de aventura, de sempre querer aproveitar a vida, e assim nunca parar no colo de ninguém. Eu quis aproveitar minha juventude da "pior" maneira possível, tinha o intuito de ficar com diversas pessoas, e não me prender em ninguém tão cedo. Eu só não sabia que isso não fazia parte de mim.. nunca fez, e talvez nunca faça. É, ainda sou jovem, mas a minha maneira de aproveitar a vida é incomum. Pelo menos aos olhos de grande parte das pessoas da minha idade, que estão SEMPRE em festas, que estão SEMPRE bebendo, que estão SEMPRE saindo com qualquer pessoa sem compromisso. Eu poderia ser um desses, e até aceitaria, mas não sou. Não, não sou careta ao extremo. Não gosto SÓ de ficar em casa, não bebo só suco natural (apesar de ser melhor do que uma bebida alcoólica, em termos de saúde.). Já fiz dessas de curtir ao extremo, ficar com mais de uma pessoa em uma só noite sem compromisso, e etc. Serviu de experiência, de aprendizado, é uma história diferente a mais para contar depois, mas acabou por aí. Fidel[idade] não tem nada a ver com idade, e sim com quem você é realmente, independente de quantos anos você tenha. Não é porque estou na idade do "prenda-me se puder", que minha personalidade precisa condizer com isso. Não quero ser o diferente para tentar impressionar alguém, para mostrar que sou uma pessoa séria, meu diferencial vem de dentro, não é algo que eu possa mudar, transferir, cancelar ou trocar. Uma qualidade? Acho que sim, pelo menos eu considero uma. Já tentei seguir pelo caminho errado, por achar que o caminho certo não estava me levando a lugar algum, mas deve ser um pensamento incorreto. Provavelmente, o caminho incerto me levaria a uma pessoa incerta. O caminho que eu sigo ainda não me fez chegar a um lugar concreto, mas isso deve ser questão de tempo. O que eu quero dizer, é que eu não sou do tipo que fica por aí atrás de qualquer pessoa, só pra manter uma imagem de alguém que eu não sou para as outras pessoas, para elas não comentarem coisas como "faz tempo que ele não fica com alguém...", eu pouco me importo pra opinião alheia sobre minha situação sentimental, mas também não vou mentir, de fato, às vezes bate um vazio, como se algo que você quisesse tanto nunca fosse acontecer, como se aquilo não fosse pra você. Não era meu intuito fazer uma propaganda, mas de repente, as pessoas podem lhe ver de uma forma diferente da qual você realmente gostaria de ser visto. Olha aí, eu me preocupando com a opinião dos outros, rs. Quer dizer, não é a opinião dos outros que me importa, e sim a sua.



"Sessenta segundos, e eu posso te convencer."