sexta-feira, 10 de julho de 2009

marry me

tudo bem, se faça de interessante e case-se comigo. com tudo que temos direito. bonequinhos em cima do bolo. fatia de bolo cortada de cima para baixo. nossos braços entrelaçados e duas taças de champagne. juras de amor eterno. para o resto da vida. para o todo resto de nossas vidas. compre uma casa com o jardim bem vasto. dois cachorros. talvez um gato, quem sabe. uma empregada que ajude nos afazeres de casa. alguém para cuidar do jardim. pronto. tudo como eu queria, como nós queríamos. o primeiro ano de casado vai ser perfeito. jantares românticos. passeios no parque. discussões. palavras feias. e logo depois, novamente, juras de amor eterno. promessas de nunca mais brigarmos novamente. café da manhã na cama. flores no final da tarde. e o anel de casamento sempre ali, no dedo, sem tirá-lo nem para tomar banho. os anos vão passando. eu vou ficando cada vez mais apaixonado. e você cada vez mais distante. a carga horária no seu trabalho vai aumentar da noite para o dia. você vai chegar cansado. sem querer trocar uma palavra comigo. eu vou te fazer carinho e você vai mandar eu parar de te encher o saco. continuarei tentando salvar um navio que já afundou. você vai querer sair de casa. mesmo contra minha vontade. mesmo com todo o amor que eu sinto por você. você vai me deixar sozinho em casa. na cama. de manhã. sem café. sem flores. sem jantares. sem nem dizer adeus. não era assim que eu sonhava. mas de alguma forma eu já sabia, que apenas o primeiro ano de casado seria da forma que eu queria.

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