sexta-feira, 24 de julho de 2009

"queridos" amigos

E soa tudo tão falso. As palavras que dirigem à mim, sempre tão calorosas, afetuosas, amorosas. Chego até a acreditar por um momento que saem do coração, mas não. Moldadas dentro da cabeça, passam para o papel sem signficado algum. E mais uma folha cheia de rabiscos vai para a lixeira. Merecidamente, para ser sincero comigo mesmo. É que as pessoas são inconstantes do meu lado, nunca permanecem de fato. Deve ser minha personalidade tão comum que as enjoa, que cansa, e que faz com que elas saiam a procura de algo mais novo, menos evidente, previsível. Sou como um copo de chocolate quente no inverno, depois que o frio passa, o copo é lavado, limpo, e deixado novamente no armário. Quando necessitam, eu não exito, mas não faço questão de lembrá-las disso. Deixo estar. Minha consciência está limpa de que fui generoso com todos, de que nunca neguei a minha mão, mesmo quando as duas estavam enxarcadas de lágrimas minhas. Me fazia feliz quando precisavam de um pouco de felicidade em suas vidas. Distribuía sorrisos, quando suas vidas pareciam escuras como as nuvens no céu, prestes a deslanchar bastante água pelas ruas. Não me arrependo, apenas lamento. Poderia ter tido amizades bonitas, que não aconteceram. Apenas momentos. Estes que ficam aqui - sempre, sempre - guardados na minha memória, do quase que chegou a ser, mas não foi. Quem sabe o que pode acontecer no novo dia. Quem sabe quando você perceber o erro, eu já não tenha encontrado meus novos amigos.

domingo, 19 de julho de 2009

V de vingança.

Justiça divina é algo que demora. Algumas pessoas não possuem um auto controle, sangue frio. ou de barata, como costumam dizer. bateu, levou. É mais sensato levar desaforo para casa, ao invés de agravar o problema? Sim. Me arrependi de ter me vingado de algumas pessoas. Outras, vou ser bem sincero, faria tudo denovo. As pessoas cutucam, a gente avisa, elas ouvem e se fazem de desentendidas. Ela volta, coloca o pé para nós cairmos, e procuramos ignorá-las. Até que as coisas ultrapassam os limites. Fica mais complicado encarar aquela cara feia de fome, ou de desamor pela vida. O "bom dia", que era somente por educação, agora nem faz questão de sair da boca. Como entrar em uma loja, e comprar diversos utensílios se o vendedor (a) não for carismático? As pessoas se arrumam com empregos que odeiam, e eu que tenho que levar a culpa disso? Meu caro, dê seu jeito. E se o negócio está apertado mesmo, se contente, e sorria. Do contrária essa sua loja imunda vai ficar totalmente vazia. Tenho vontade às vezes de arremessar o pedaço de bolo, na cara de quem o entrega na minha mão como se fosse um objeto. Eu já comentei com o senhor que eu estou pagando? Não é de graça, não ganhei na rifa colega. Acha que eu não faço falta? Um real na sua vidinha não vai MESMO fazer falta? Eu espero mesmo que não faça, porque se um dia você precisar comprar pão e o dinheiro faltar, não amargue o dia em que me tratou mal e me fez ter de comprar em outro lugar. A vontade que eu tenho, é de.. colocar sal na sua comida, como quem coloca açúcar no suco de cajú, e rir da sua cara, que ficou vermelha de tanto tossir.

sábado, 18 de julho de 2009

altamente prejudicial.

Matei um por um a minha volta. Não sobrou nenhum. A maioria se cansou da minha arrogância e falta de sensibilidade. Os poucos que sobraram logo me deixariam também. A fumaça do cigarro que se alastrava pelo meu apartamento, era a única que ainda me suportava. Eu havia cometido erros, e estava arrependido de tê-los cometido. Talvez eu devesse tentar pedir desculpas, convencer os atingidos a me darem outra chance. Mas não. Eu pensei bem, e quero que fiquem longe de mim. Se eu os amo de verdade, essa é a coisa mais sensata a se fazer. Não posso tê-los ao meu lado, se erro sempre. Se tudo só respingasse em mim, não haveria problema, sou forte o suficiente para superar as minhas mancadas. Mas não é assim que acontece. Cada passo em falso, cada questão marcada de forma equivocada, afeta todos a minha volta. O meu estresse acaba comigo e com os outros. Eu deveria brigar comigo quando não me sinto bem, ou esmurrar as portas do meu quarto, mas acabo discutindo com quem não tem nada a ver com o assunto. São tantos defeitos jogados na cara de inocentes, que não sei se devo pedir que participem da minha vida. Falo tanto de amor, e não consigo dizer um “eu te amo” de verdade. Não consigo fazer com que gostem de mim, ao menos que eu solte uma piada e faça todo mundo rir. Tenho qualidade imensas, mas os meus defeitos conseguem ser mais evidentes. Melhor eu procurar aprender a lidar com toda essa complexidade, antes que alguém resolva me mandar para uma sala quadrada, sentar naquela cadeira confortável e tentar arrancar soluções para minha vida da mente de um estranho.

Expectativa

pode ser uma palavra feia, quando não sabemos lidar com ela. Colocamos todas as moedas na máquina, apostamos sem saber se iremos ganhar. Ficamos de bolso vazio, nem um centavo, sem a certeza de que irá ter um retorno. Às vezes ganhamos o dobro do que apostamos, e tudo fica bem. Outras vezes, dá tudo errado. Não sabemos de quem é a culpa, não sabemos se há um culpado. Se foi a máquina que emperrou, ou se eu não dei a devida atenção ao jogo. A verdade é que não errei quando apostei tudo, errei quando apostei na máquina errada. Puro deslize. Acontece com todo mundo. Falta de sorte. Não foi culpa minha e nem da máquina. Um dia o brinquedo vai dar o devido retorno ao apostador, e eu esvaziarei os meus bolsos na máquina certa, que estava ali, esperando há dias, meses ou anos pelas minhas moedas premiadas.

terça-feira, 14 de julho de 2009

o amor tá ali, a duas quadras daqui.

Ninguém não sabe o número total de folhas, que caem das árvores no outono. A dor de famílias que passam fome. A luta diária por um emprego qualquer. Ninguém sabe como, algumas pessoas que têm 1001 motivos para chorar, conseguem sorrir ao se levantar da cama de manhã. Algumas pessoas sabem o que é perder alguém importante. O motivo sendo morte, ou não. Muitas desconhecem o privilégio de uma vida com riquezas, um mundo recheado de bens materiais, e mesmo assim, se consideram pessoas felizes. Amam. Choram. Sentadas em suas pequenas camas, ora em pensões, ora em colchões velhos encontrados na rua. E não é mesmo que o dinheiro traz felicidade? Só esqueceram de especificar qual o tipo. Felicidade curta. Duas horas fazendo compras, gastando absurdamente, se auto presenteando, arrancando sorrisos satisfeitos de si mesmo. E depois, o que fica? Um bolso vazio. Algumas sacolas espalhadas pelo quarto. Por fora um exterior bonito, novo, bem vestido. Por dentro o mesmo oco de antes. Ninguém sabe a falta que faz um amor, até achar ele na esquina do prédio. na farmácia comprando os remédios. no cinema, vendo um filme bem chato. em uma batida de carros. na casa de um amigo. no pedido de uma ajuda. no "sim" para um chopp no final do dia. São tantas situações que chega a parecer fácil. Faz qualquer pessoa pensar que.. "ah, o amor se encontra em todo lugar." E encontraria mesmo, se ele não fugisse de nós sempre que sentisse nossa presença. Até que um dia, você o encurrala em uma rua sem saída... e sem saber, sem notar.. o amor fica frente a frente com você.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

eu tenho curiosidade..

até as coisas que nunca tiveram um começo, podem acabar. acontece que eu tentei, mas chega uma hora que a gente cansa, de apertar a mesma tecla, e nada acontecer. ninguém se pronuncia. e você, permanece ali, gostando de alguém sozinho. sem reciprocidade. mudando de assunto, tenho curiosidade de saber como e quando as coisas vão acontecer de verdade. se eu vou conhecer essa pessoa eventualmente, em uma festa, andando na rua, ou numa batida de carro, quem sabe. se ela está em outro estado, ou até em outro país. se vai durar bastante, se eu vou ser feliz, se vamos dividir uma taça grande de milkshake. eu fico curioso para saber como deve ser viver a vida com outra pessoa. dividir sonhos. dividir o café-da-manhã. dividir uma cama de casal. as discussões. as reconciliações. os aniversário de namoro. os jantares. os presentes. as surpresas. os beijos. a hora de fazer as compras no supermercado. "amor, ainda tem café na dispensa?". isso tudo, parece ser muito bom visto daqui. e acredito que deva ser maravilhoso, se houver amor. eu sei, nada são somente flores. mas quando há duas pessoas conectadas por um sentimento de verdade, tudo fica menos dura, menos difícil. ah, que curiosidade que eu tenho.. de saber como deve ser amar e ser amado.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

não seja idiota.

"Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada..."

Caio F. Abreu

marry me

tudo bem, se faça de interessante e case-se comigo. com tudo que temos direito. bonequinhos em cima do bolo. fatia de bolo cortada de cima para baixo. nossos braços entrelaçados e duas taças de champagne. juras de amor eterno. para o resto da vida. para o todo resto de nossas vidas. compre uma casa com o jardim bem vasto. dois cachorros. talvez um gato, quem sabe. uma empregada que ajude nos afazeres de casa. alguém para cuidar do jardim. pronto. tudo como eu queria, como nós queríamos. o primeiro ano de casado vai ser perfeito. jantares românticos. passeios no parque. discussões. palavras feias. e logo depois, novamente, juras de amor eterno. promessas de nunca mais brigarmos novamente. café da manhã na cama. flores no final da tarde. e o anel de casamento sempre ali, no dedo, sem tirá-lo nem para tomar banho. os anos vão passando. eu vou ficando cada vez mais apaixonado. e você cada vez mais distante. a carga horária no seu trabalho vai aumentar da noite para o dia. você vai chegar cansado. sem querer trocar uma palavra comigo. eu vou te fazer carinho e você vai mandar eu parar de te encher o saco. continuarei tentando salvar um navio que já afundou. você vai querer sair de casa. mesmo contra minha vontade. mesmo com todo o amor que eu sinto por você. você vai me deixar sozinho em casa. na cama. de manhã. sem café. sem flores. sem jantares. sem nem dizer adeus. não era assim que eu sonhava. mas de alguma forma eu já sabia, que apenas o primeiro ano de casado seria da forma que eu queria.

just a minute.

Não entendo o porque da euforia quando o telefone toca. Lá longe, mesmo distante da sala eu consigo chegar a tempo de atendê-lo, o tiro do gancho e o eco se estende. Ninguém fala. Mas há alguém do outro lado da linha. Esperando que eu diga algo. Embora, eu também não diga uma palavra. Estranho, mas completamente compreensível. Essa sua falta de coragem que angustia. Porque não chegar, sentar e me pedir desculpas pelo ocorrido? Não te garanto que haverá perdão, mesmo que você chore e eu veja a sinceridade estampada em seus olhos. Ainda é cedo, ainda não digeri tudo. Há uma parte que ainda queima no meu estômago, que luta para continuar vivo. Juro para você que eu estou tentando fazê-la morrer. Tenha um pouco de paciência, mais dia menos dia, serei capaz de dizer que tudo não passou de uma ferida, que agora cicatriza. Não tão rápido quanto eu gostaria, não tão depressa quanto você espera, mas que está chegando à cura, quase completa. Você merece outra chance, e é nela que deposito todo o resto das minhas esperanças. Só espero que dessa vez, tudo não vira ruína, e eu tenha que novamente demolir novas fantasias.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

momento oportuno

poderosas palavras, que mudam destinos. que alteram o mundo. tranformam pessoas. trazem à tona detalhes engavetados. não sei qual o momento certo para proferir as tais palavras. mágicas ou desvastadoras? coragem para correr riscos. medo de acordar no outro dia, e o feio não estar mais bonito. poderosas palavras. não sei se as devo gritar alto. ou se escondo no mais fundo da minha alma. tenho medo de chegar tarde, e não te encontrar mais em casa. arrepender-se de não ter dito antes. ou então. colocar tudo para fora cedo demais. estragar tudo. todos os dias com o sol que eu odiava. todas as noites mal dormidas e bem aproveitadas. ter de engolir a seco, que eu não fui correspondido da forma que esperava. talvez por ser cedo demais.. ou por ter chegado atrasado.

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e então a chuva caiu de repente, interropendo a minha saída. você estava ali, do meu lado, dormindo. pegou no sono tão rápido, mal pude perceber. você quieto. respirando, quase sem fazer barulho. o filme que estava passando na tela não era tão animador. triste. sem graça. nem um pouco inovador. terror barato. pequeno. não valeu o que custou. encoberto pelos seus braços. protegido. sem medo. eu sei, nada pode me acontecer. machucar. ferir. eu sei, enquanto você estiver ao meu lado, mesmo de olhos fechados, eu estarei seguro. e mesmo que você não deixe. não queira. me mande embora. passar por aquela porta para nunca mais voltar. quer você queira, quer não. a verdade é que.. é que.. eu..

quinta-feira, 2 de julho de 2009

tudo que eu mais quero

quadros pintados. telas jogadas fora. refeitas. novas descobertas. visões. sensações. cores. dois corpos se aquecendo em baixo do lençol. amores do passado presentes aqui. dois travesseiros para uma cama de casal. enorme endredom. olhos ilumindados pela tv do quarto. toques. carinhos. beijos. abraços. risadas engasgadas. altas. sorrisos sem graça. silêncio. atenção grudada no teto. atenção voltada para você. infelizmente tá acabando. eu tenho que ir para casa. dormir em cama solteira. separada. pequena. longe daqui. de você. de mim. de tudo que eu sinto. meu coração não vai comigo. eu deixo ele aqui. deitado nessa cama ao seu lado. com a atenção voltada para você. eu verei você pegar no sono. mesmo estando a quilômetros daqui. te darei um beijo de boa noite. por enquanto, é assim. aguarde. espere só mais um pouco. ainda irá acordar e se deparar com minha cara amassada. bobo. feliz. tão próximo. tão vivo. permanente. é tudo que eu quero. mas se você cansar. de mim. do meu sorriso. das minhas frases idiotas. é só dizer. que eu dou meia volta, e volto para minha casa. cama de solteiro. pequena. longe daqui. de você e de mim.

pra não voltar

tapa na cara bem merecido, palavras desagradáveis, roupas jogadas na rua, e novamente, palavras desagradáveis. não precisa repetir. não precisa dizer mais nada. pra mim, basta entender o contexto. não sou bem-vindo. querido. amado. pode dizer quantas vezes quiser. se agora eu saio por esta porta, não é mais porque não me querem aqui, é questão de caráter. pode jogar tudo no lixo. as fotos. cartões de feliz aniversário. nada vai fazer falta. eu não vou sentir por isso. nem por aquilo. estou sobrecarregado de sentimentos negativos. eles tentem, insistem em corroer todo meu sistema nervoso, mas eu não deixo. não irão conseguir. eu não caio assim tão fácil. pode trancar e jogar a chave fora. bem longe. longe de mim. eu nunca mais piso os meus pés limpos aqui outra vez. pode pensar o pior de mim. quem sabe se a minha alma merece cair entre espinhos, sou eu e não vocês. minha consciência.. vai tranquila.