segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ele

não se engane, quem fala de amor não sou eu, é ele. quem sabe dessas coisas de sentimentos às avessas é ele, não eu. ele viveu intensamente, amou demasiadamente, enlouqueceu, quase morreru de amores. eu só observava, quietinho, lá do canto do quarto, sentado na minha cama comendo bolachas com café. ele trazia esses amores para eu conhecer, e embora visse brilho nos olhos, nem sempre tudo acabava tão bem. às vezes, nem amor existia entre os dois. várias e várias vezes o vi tentando encontrar a pessoa certa, e nenhuma delas o agradou, ou talvez, ele não agradava as outras pessoas. eu era o único que o entendia bem, que sabia dos seus desesperos, da sua falta de sorte, dos seus medos, aflições, angústias, e rezas silenciosas na calada da noite. ele me contava tudinho, detalhe por detalhe, e eu o oferecia toda a atenção do mundo. sempre que era necessário, falava uma meia dúzia de palavras para confortá-lo, e quase sempre obtive êxito. apenas uma boa noite de sono, e logo pela manhã ele estava sorrindo denovo. era assim, uma oscilação de sentimentos confusos, alguns nem tinha como definir com exatidão, mas ele dava nomes estranhos e engraçados. essatilez, enternopele, propastiguinação de estrelas. nem tente entender, são coisas dele.. só dele. se eu sei o que sei sobre o amor e suas consistências, é por causa dele. não, eu não sei como é amar.. e nem essas loucuras que sentimos quando encontramos alguém especial. minha visão é externa, embora seja bastante profunda às vezes. Qualquer dúvida, pergunte a ele.. isso se você o encontrar. Ele, é uma parte de mim que desconheço onde mora.

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