domingo, 2 de agosto de 2009

é como se

eu vivesse constantemente em uma novela de drama. drama, só drama. quando não está no ar, eu consigo rir um pouco, pouco não, bastante. uma gargalhada de felicidade, sabe como é? daquelas bem sinceras, sem fingimento ou falsidade. chega a chamar atenção, tamanho é o som que faço quando dou aquela gargalhada gostosa, que depois eu olho em volta e percebo que ninguém se importa, e nem eu mesmo. não quero saber se os incomodo. embora a felicidade do outro sempre incomode outro alguém. não é verdade? eu sei que é. às vezes eu mesmo acho a felicidade de alguém bem chata. tipo aquela criança que diz a primeira palavra, e logo, todos fazem uma grande roda em volta dela, embora eu fique no canto sem achar a mínima necessidade para tanto alvoroço. acho isso bem feio da minha parte, mas eu te disse, estou sendo sincero, verdadeiro. fico tão triste que não consigo enxergar beleza em casais felizes distribuindo sorrisos. sinto inveja disso aí. mas não, não pense que quero um ou outro para mim, a inveja é desse amor, dessa felicidade incrível que eu sinto daqui, há mais de trinta metros de distância. queria ter pra mim também, embora eu não saiba se eu devo, se eu posso. não sei se já aprendi, estou prendado, pronto, posso casar. mas como irei aprender, se voluntários não aparecem? na verdade, existiram algumas pessoas. metade delas me amaram tanto, que eu senti medo. a outra metade delas nem sequer me ligaram no dia seguinte. diz pra mim, cá entre nós, eu sou muito chato né? não é de propósito que as vezes eu seja um pouco arrogante. um pouco mal-humorado. um pouco de tudo que é ruim. mas sei ser bom. eu sei fazer rir. e talvez possa abrir o meu báu pra você, ler todos os contos, se tiver um tempinho para ouvir.. não te garanto histórias mirabolantes, mas tudo que sair da minha boca será verdade, fatos verídicos. aí eu fico sem me entender direito, porque uma hora eu grito que quero continuar assim, na outra eu sinto falta de alguém que nem sei se existe ou vai existir. talvez sejam as coisas, é.. a culpa são dessas malditas coisas. um objeto que vemos e nos lembramos.. um banco na praça.. uma loja.. até o cheirinho de chiclete mascado é capaz de trazer à tona a puta da saudade. quer saber, cansei de ficar aqui olhando esse casal feliz.. essa nostalgia safada vai acabar matando os dois de falta de ar.

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