terça-feira, 19 de maio de 2009

queda livre, noite de tormenta.

Nem cordas de aço conseguiriam me segurar. Os remédios para dormir já não faziam mais efeito, meu corpo já havia se acostumado com a velha rotina das madrugadas de olhos abertos. Eu não sentia minhas mãos, eu não estava nervoso, e nem prestes a entrar em cena, mas elas suavam sem parar. As luzes estavam mais fortes que o normal, eu parecia estar girando sem sair do lugar. Alucinante, eu diria. As cadeiras mais próximas serviram de apoio, por pouco não beijei o chão que eu pisava naquele instante, por pouco. Minhas mãos iam até a minha boca a todo instante, algo não estava bem acomodado no meu estômago. Não foi a comida, não foram os remédios, nem um motivo era tão aparente, até que me dei conta de que aquilo nem real era. Eu estava preso dentro de um pesadelo criado por mim mesmo. Como apagar um fato que você mesmo criou? Como abrir uma porta que não está fechada? É como se eu estivesse sonhando acordado, um morto vivo deitado de barriga para cima sem poder fazer absolutamente nada. Louco. Não, eu estava normal. Era possível distinguir os objetos, diferenciar o preto do branco, adormeci. Agora, parece que meu cérebro pesa mais de cento e vinte kilos. Insuportável. Tantas coisas passam pela minha mente agora, e todas elas de uma forma estranha e idiota estão relacionadas a você. Um filme que eu não vivi passa pela minha memória. Como recordar momentos que não foram vividos? Meus sonhos tomaram posse da minha racionalidade. Eu não me contenho. Eu não me contenho. Bebidas, remédios, noites mal dormidas, porque vocês não param de criar buracos e atormentar a minha amarga vida?

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