João Paulo.
domingo, 26 de abril de 2009
Mais pesado do que podemos imaginar.
Carregar uma sacola com 5kg de laranjas nas costas ou dois sacos de cimento, pode nos fazer derreter em suor antes de concretizar o ato. Algo que fica leve quando nos deparamos com situações, em que parecemos pequenas formigas carregando o mundo nas costas. É, ele desabou. Desabou e não quer saber se você vai ter forças para suportar, se você vai achar uma solução para lidar com isso, ou se simplesmente vai pular de um grande edifício na avenida mais próxima. Buscamos ajuda nas coisas mais diversas e inusitadas, nos agarramos a uma bílbia ou culpamos o todo poderoso por tamanha desgraça, encaramos de frente o problema a fim de assustá-lo, como se disessemos "Eu não tenho medo de você, agora pode dar meia volta e sumir daqui.", achando que de fato a solução para um problema é mostrar a ele que ele não tem solução nenhuma. Encharcamos nossos travesseiros de lágrimas, gritamos contra cada pedaço do nosso quarto, quebramos pequenos objetos inofensivos, comemos os dedos como se os mesmos tivessem apontado para a má escolha da situação. Quem tem culpa? Você? Eu? O mundo? As pessoas que estão a minha volta? É o destino? O que está feito, está feito. Perder tempo procurando o indíviduo culpado por total destruição emocional não vale a pena, nem se ele é um ser vivo sabemos, teríamos que nos focar também nessa incessante e louca aventura em achar o culpado, mas já temos um grande problema, um grande caos para nos livrar. O mundo conspira contra os meus desejos, nada dá certo, nada parece tão bom, nada os faz sorrir, tudo parece negro, pálido, rígido, pesado. É como se uma cortina de fumaça fúnebre dominasse os meus pensamentos, os meus objetivos, a minha vida. Não consigo ver o colorido, nem em pinturas, nem nas coisas mais vivas desse mundo. Perdão, talvez eu não possa aguentar, talvez eu seja mesmo um fraco, mas não como uma formiga, que está sempre lutando contra o destino de ser pisoteada a qualquer instante, e sim como uma pessoa que um dia chorou, brincou, amou e agora resolve desistir de tudo por simples egocentrismo. Assuma os seus atos, libere as suas mais terríveis e incuradas feridas, desça ao térreo dos seus pesadelos mais sombrios, deixe que o seu eu tome conta de você, chega de fantasias, de máscaras irredutíveis, de achar que o mundo gira em torno da sua vida e ninguém nunca te estende a mão quando precisas. Há um mundo lá fora, e uma vida dentro de si mesmo, se o mundo ousou em cair sobre suas costas, mostre a ele o quanto estão preparadas para suportar quantos mundos quiserem cair sobre elas. Os problemas só irão te esmagar por completo se você os permitir.
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