domingo, 20 de setembro de 2009

é você?

Ele disse que precisava de tequila, porque sentia muito frio naquela noite. Queria um celular com créditos para ouvir a voz de qualquer pessoa, uma desconhecida que fosse. Ele queria que a luz voltasse, estava cansado de não enxergar nada, de tropeçar nos livros caídos no chão. Tinha medo, medo de escorregar ao pisar nos resquícios de sangue pelo chão do seu quarto. Havia um pequeno corte em seu peito, mas conforme os ponteiros do relógio iam andando, esse pequeno ia ficando grande. havia uma imensa vontade de chorar. iria morrer sem amar, sem ter sentido a felicidade pulsar nas veias. acreditou que estava chegando ao fim a sua vida mal vivida. tanta tentativa frustrada para morrer na praia. no seco. no sujo. de repente, entraram por aquela porta. havia uma silhueta bonita, esbelta. seus olhos foram se fechando contra a própria vontade. é você? perguntou ele quase adormecendo. antes de se ausentar por alguns dias, conseguiu ouvir da boca alheia, sim sou eu.

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