segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ele

não se engane, quem fala de amor não sou eu, é ele. quem sabe dessas coisas de sentimentos às avessas é ele, não eu. ele viveu intensamente, amou demasiadamente, enlouqueceu, quase morreru de amores. eu só observava, quietinho, lá do canto do quarto, sentado na minha cama comendo bolachas com café. ele trazia esses amores para eu conhecer, e embora visse brilho nos olhos, nem sempre tudo acabava tão bem. às vezes, nem amor existia entre os dois. várias e várias vezes o vi tentando encontrar a pessoa certa, e nenhuma delas o agradou, ou talvez, ele não agradava as outras pessoas. eu era o único que o entendia bem, que sabia dos seus desesperos, da sua falta de sorte, dos seus medos, aflições, angústias, e rezas silenciosas na calada da noite. ele me contava tudinho, detalhe por detalhe, e eu o oferecia toda a atenção do mundo. sempre que era necessário, falava uma meia dúzia de palavras para confortá-lo, e quase sempre obtive êxito. apenas uma boa noite de sono, e logo pela manhã ele estava sorrindo denovo. era assim, uma oscilação de sentimentos confusos, alguns nem tinha como definir com exatidão, mas ele dava nomes estranhos e engraçados. essatilez, enternopele, propastiguinação de estrelas. nem tente entender, são coisas dele.. só dele. se eu sei o que sei sobre o amor e suas consistências, é por causa dele. não, eu não sei como é amar.. e nem essas loucuras que sentimos quando encontramos alguém especial. minha visão é externa, embora seja bastante profunda às vezes. Qualquer dúvida, pergunte a ele.. isso se você o encontrar. Ele, é uma parte de mim que desconheço onde mora.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

(Griffin & Phoenix)

Acabei de assistir pela segunda vez "O amor pode dar certo", e foi tão lindo quanto da primeira vez. O filme é de 2006, e é o meu preferido na categoria romance/comédia. Na verdade, tem bastante drama no filme também. Um homem, com câncer terminal, conhece uma mulher na mesma situação. Até o final do filme os dois vivem momentos inesquecíveis, realizam os sonhos um do outro. Conversam, beijam, transam, são atenciosos. Amar, gostar, como definir esses sentimentos tão.. incríveis? Acho que amar, é se sentir você mesmo do lado de outra pessoa. É falar de coisas bobas e ainda assim, receber uma atenção imensa, como se você fosse a última, a pessoa mais importante para aquela pessoa, como se cada palavra que saísse da sua boca, fosse as únicas que importassem naquele momento. É dividir com outra pessoa as suas vontades, é sorris, chorar, por qualquer motivo que seja. É expressar o que você pensa em relação a tudo, sem medo de uma reação negativa, sem medo de ser julgado.. quem ama não julga nunca. É não dar importância para o passado da outra pessoa, o que importa agora é daqui para frente, apenas isso. Alguém consegue entender? Talvez quem esteja passando por tais sensações, emoções, momentos, saiba do que eu estou falando. Depois de assistir o filme, me deu um medo.. um medo muito grande, de morrer sem sentir isso. Já vivenciei muitos momentos de felicidade, mas nunca experimentei a felicidade ao lado de outra pessoa. Essas torradas na mesa são pra mim? O celular toca. Claro, vamos almoçar juntos sim. No quarto, pouca iluminação, e sete letras. Eu te amo. ou então, doze letras. Eu te amo, muito. E dormir, todos os dias assim. E passar por coisas ruins, e ainda assim ter para quem pedir socorro. Sofrer, e ter um ombro pra poder chorar, desabafar, gritar, seja lá qual for o motivo que tenha te abatido. Passar por momentos ao lado de alguém, momentos engraçados, e aí.. você não dá risada sozinho daquela situação inusitada que viu na rua. Dorme junto, separado, sente saudade, sente uma aflição, sente medo de perder, medo de acabar. E aí todos os seus medos se escondem, assim que a aquela pessoa chega perto, e diz que tudo vai ficar bem, e vai ser sempre assim. Eu posso morrer agora, porque eu te conheci. Mas se eu morrer mais tarde, tudo bem, eu vou aproveitar até lá.. tudo isso com você.



(Depois faço algo melhor)

domingo, 20 de setembro de 2009

clarice

Não Clarice, isso não é de comer. Nao têm mas, nem meio mas. Precisava se sentir viva, achou que conseguiria isto comendo um coração de verdade. Eu preciso muito, o meu coração foi estraçalhado por algo muito estranho, talvez um carnívoro qualquer.. não sei, ela dizia. Eu a aconselhava de todas as formas, mas não surtia efeito algum. Ela estava determinada a experimentar do músculo humano, e na pior das hipóteses, um animal poderia satisfazê-la facilmente. Eu tinha um certo medo de Clarice, mas sabia que ela nunca me faria mal, eu até tentava entender toda essa sede que ela tinha dentro de si. Ninguém sabia de sua dor. Clarice sofreu diversas vezes. Primeiro com a morte de sua mãe, a sua única e melhor amiga desde sempre. Tentou fazer amizades, mas elas sempre se diluíam. Muitas se cansaram das piadas da garota, outros simplesmente acharam mais prazeroso conversar com alguém imaginário, feito de nada. A companhia de Clarice pouco era necessária para os outros, ela entendeu.. e se fez necessária para si mesma. Um egoísmo foi se formando, consolidando, sendo polido.. sem que ela mesma notasse. Quando caiu em si, já não enxergava as coisas com os mesmos olhos serenos de antes. Se olhou no espelho certa manhã, e se viu abatida, como se tivesse chorado a noite inteira, como se tivesse perdido noites e noites de sono, mas nada disso havia acontecido. A sua rotina era a mesma de antes, a mesma de sempre. Não fazia questão de ser educada, mas era. Não fazia questão de sorrir, mas elaborava alguns sorrisos para a platéia se sentir satisfeita. Não se reconheceu. Achou que havia perdido seu coração, em algum lugar da sala, ou do quarto quem sabe. Se alimentou de alguns poucos corações, de emoções alheias, tentou sentir os mesmos sentimentos, mas.. coração algum iria resolver o seu problema. Ela tá decidia a encontrar o seu eu interior denovo, ela não gosta de enxergar uma sombra quando vai pentear os cabelos na frente do espelho.

é você?

Ele disse que precisava de tequila, porque sentia muito frio naquela noite. Queria um celular com créditos para ouvir a voz de qualquer pessoa, uma desconhecida que fosse. Ele queria que a luz voltasse, estava cansado de não enxergar nada, de tropeçar nos livros caídos no chão. Tinha medo, medo de escorregar ao pisar nos resquícios de sangue pelo chão do seu quarto. Havia um pequeno corte em seu peito, mas conforme os ponteiros do relógio iam andando, esse pequeno ia ficando grande. havia uma imensa vontade de chorar. iria morrer sem amar, sem ter sentido a felicidade pulsar nas veias. acreditou que estava chegando ao fim a sua vida mal vivida. tanta tentativa frustrada para morrer na praia. no seco. no sujo. de repente, entraram por aquela porta. havia uma silhueta bonita, esbelta. seus olhos foram se fechando contra a própria vontade. é você? perguntou ele quase adormecendo. antes de se ausentar por alguns dias, conseguiu ouvir da boca alheia, sim sou eu.

cold

me fizeram: eu me fiz: frio. pior foi ouvir de bocas estranhas que eu nunca iria sentir algo por alguém. algo forte. ventania. aquela coisa que derruba tudo, que te faz tremer as pernas, suar as mãos, perder o controle da situação. sofro quando não consigo o que eu quero, sofro quando consigo o que eu quero e eu perco a vontade de continuar querendo. eu te desenho em uma cartulina, assim bem grande, imenso mesmo para não esquecer de como tu és. escondo no meu armário para ninguém ver. é um segredo meu, ninguém precisa saber. e então, eis que você surge na padaria que eu costumo comprar aqueles doces, às vezes até exagero na dose. de fato, eu sou aquele que você desenhou na sua cartulina, e tudo acontece da maneira que devia acontecer, pelo menos da tua parte, da minha não. Eu cedo, tento acreditar naquilo que eu falo, mas eu.. eu não senti nada, só vontade de voltar para casa e comer os meus doces recém-comprados. Tinha que ser assim mesmo? Eu errei no desenho? Na imaginação? Não existem desenhos então. Não adianta eu te imaginar, eu nunca irei amar as minhas ficções, não é assim que acontece na vida real.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

experiência mal sucedida

É estranho né? Eu praticamente fiz uma declaração de amor no penúltimo capítulo, e em menos de uma semana uma coisa intensa virou pó entre meus dedos, bem em frente aos meus olhos. Mais uma vez, encontrei a pessoa que qualquer ser humano gostaria de ter ao lado. Mais uma vez tentei, escrevi uma puta declaração buscando acreditar nas palavras que a pertenciam, mas não deu.. eu não consegui. Em toda a minha vida, já encontrei duas pessoas que eu procurava, e no entanto, não consegui sentir nada por elas. É como se você quisesse muito uma coisa, mas essa coisa acaba sempre perdendo a graça quando voce a encontra. É muito frustrante. Sinto muito por ter pisado na fé que essas pessoas depositaram em mim, sinto mesmo por não poder ter retribuido, e pior, ter feito elas acharem que eu amava elas também. Tenho medo, será que aquela história de que toda fonte seca é verdade? Ainda há amor aqui dentro? Não sei, eu vou deixar este assunto de lado, guardado, esquecido. Farei o possível para não despertar qualquer sentimento em alguém, assumirei personagens impossíveis de se gostar, assim eu mantenho as pessoas longe do sofrimento. No dia que eu reaprender a amar, eu volto a ser quem eu sou de verdade, não posso usar as pessoas como cobaias para uma experiência que sempre fracassa, que nunca dá certo.

ledo engano

era flor fingida, e mais um músculo eu rasguei em trocentos pedaços. lutei contra mim mesmo para não amar as pessoas erradas, hoje caí em si e percebi que desaprendi a amar por completo. comigo, coisas ruins sempre acontecem mais de uma vez, as boas.. essas nem deram as caras por aqui, e não me visitam já faz bastante tempo.

domingo, 13 de setembro de 2009

a busca.

Era você quem eu procurava quando saía pela cidade. Eu me dirigia aos bares, restaurantes, festas, ou qualquer tipo de evento, e olhava para todos os cantos.. você não estava lá. Dia após dia. Noite após noite. Quase cheguei no meu limite, quase me convenceram de que eu nunca encontraria alguém como você, a pessoa pela qual eu estava procurando desde o início. As palavras certas nas horas mais propícias, a voz mais bonita, as histórias mais gostosas de ouvir.. eu quero estar com você sempre. É ao seu lado que eu tenho que estar, tenho mais certeza disso a cada dia que passa, você não sente isso? Por mais que eu procurasse, ninguém seria capaz de me dar o que eu procurava, porque eu já pertencia a você, antes mesmo de saber que você existia, antes mesmo de te conhecer. O que dói em você, dói em mim também. Quando você dá pulos de algeria, eu morro de felicidade junto com você. Quando você some, eu sinto tua falta. Quando você começa a falar sem parar, eu gosto de ouvir, é tão delicioso ouvir você contando sua vida pra mim. Quando você fala que eu sou seu, eu me sinto bem, me sinto protegido, me sinto a salvo de qualquer coisa ruim, melhor.. me sinto vivo. Eu quero muito, muito participar da tua vida. Quero ser essencial, quero poder te estender a mão quando você precisar. Quando você tiver um dia ruim, quero estar lá para te ouvir e te dizer coisas confortantes, doces. Não há mais motivos para chorar sozinho, eu estou bem aqui, sempre vou estar. Eu preciso tanto de você, sempre precisei. Quando algo de ruim me acontece, eu não tenho para quem correr, para onde fugir. Eu sempre fui o porto seguro de mim mesmo, nunca me senti à vontade com ninguém, sempre criei personagens para me adaptar ao resto das pessoas a minha volta. Sempre fui conhecido como o mais engraçado, o que perdia um amigo mas não perdia a piada. Ninguém nunca soube das minhas tristezas mais profundas, das minhas diversas vontades de desistir, de largar tudo e sumir por aí. Sempre me viam com um sorriso pintado na cara, e mesmo quando a máscara escorria na chuva, eu dava um jeito de não deixar com que me vissem. Tinha medo, medo de deixar as minhas armaduras de lado, e não conseguir sobreviver aqui. Mas com você é diferente, eu sinto que eu posso dizer tudo que eu quiser sem medo de que você vá embora, sem medo de que você me ache idiota. Posso chorar quando eu sentir vontade, e ainda assim você não vai me achar diferente, estranho. Posso dizer que eu te amo também? Você não vai achar que é cedo demais?

última sessão.

Dois, três, quatro copos de vinho, e despejou o resto do líquido na pia da cozinha. Estava cansado de beber, de chorar, de andar em círculos pela sala de estar. O telefone não tocava, a caixa de entrada do email permanecia vazia, a angústia subia, queimava o seu estômago, mas não era azia ou má digestão, não era doença ou qualquer coisa parecida. Perdia a fome, perdia o riso, andava em círculos, continua andando, colocava a mão atrás da cabeça, tentava puxar uma solução pelo fio de cabelo, não vinha nada, não surgia nada. Pensava em beber de novo, voltava atrás. Pensava em beber mais uma vez, era fraco, cedia, cedeu, e bebeu então. Dois, três, quatro copos de vinho, e despejou o resto do líquido na pia da cozinha. Colocava as garrafas vazias com cuidado no chão, cambaleava, eu e as benditas garrafas caímos juntos. Eu ria, mas depois chorava compulsivamente. Quero te ouvir telefone, – dessa vez prometo não tapar ouvidos por conta do seu enorme barulho me chamando – eu suplicava. Olhava pela janela, a água escorria pela vidraça, nenhum carro estacionando, nada de faróis, nada de chave na porta, toc toc toc, nada, simplesmente nada. Relia as cartas, embrulhava e desembrulhava os presentes como se fosse a primeira vez que os abria na vida. Relembrava na memória, os momentos, as inúmeras brigas, as inúmeras juras de amor. Sentava na beira da cama, e chorava mais um bocado, talvez fosse desabar que nem o céu lá fora. Custava a entender que a morte tinha a levado para sempre, custava a entender que nunca mais ouviria seu nome ser chamado por aquela boca. Custou tanto que logo adormeceu também.

sábado, 12 de setembro de 2009

corpo sem alma.

Sonso, maquiavélico, o veneno escorria pela boca. Do quinto andar, ele podia ver as pessoas passarem, algumas felizes, outras empurravam suas vidinhas com a barriga. Podia ler os sentimentos alheios nas expressões faciais, pelo menos era o que ele dizia. Vezenquando descia as escadas do prédio, e ia tomar qualquer coisa no bar da esquina, e mais uma vez observava as pessoas. Muitas bebiam para esquecer os problemas que tinham em suas casas, outros por diversão, e mais um bocado porque tinham perdido o emprego, ou porque odiavam o trabalho que exerciam. Passava os dias assim, observando as pessoas, suas ações, expressões, e ao cair da noite, lua cheia, minguante – seja lá qual for – lá no infinito céu, pousava sua cabeça em seu travesseiro macio e dormia. Levantou-se um pouco cedo, decidiu se observar no espelho, tarde demais... tudo havia sumido, suas expressões, sua beleza, seu olhar. Se perguntou diversas vezes quem teria o roubado de si mesmo, acreditou que havia sido alguém, mas na verdade, passou tanto tempo olhando os demais, que acabou se esquecendo de si mesmo. Corpo sem alma, diziam as outras pessoas.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

toc toc toc!

O amor bateu na porta, e eu não o deixei esperando demais, tava frio lá fora. Era tão sereno o seu olhar, me encantei de tal forma que meus olhos se encheram d'água, era uma felicidade bonita, há tanto tempo guardada em um báu, como um livro antigo qualquer. Não houveram apresentações formais, estas deram lugar a versos, algo totalmente incomum. Não achei que existisse alguém como você, foi quase como encontrar um dinossauro habitando o planeta terra de tão raro. Sua voz é do jeitinho que eu imaginava, talvez até mais linda. Sinto que já te conheço há séculos, e que vinhamos nos desencontrando ano após ano, mas felizmente, nossos destinos se cruzaram, e é tão estranho, porque eu te sinto bem aqui do meu lado, mesmo você estando tão longe. Eu sei que não é algo passageiro, já está durando, e vai durar muito mais. Eu quero conhecer estes lugares que você citou, acampar na praia, conhecer seus melhores amigos, a Gal, o seu apartamento, tudinho tudinho. Quero poder deitar no teu colo, te contar do meu dia, das minhas desventuras (como você mesmo disse), das minhas agonias, dos meus medos, tudinho tudinho. Acordar ao teu lado, com a cara amassada, te fazer um carinho, dar bom dia, seguido de um, dois, três beijos, quantos você quiser. Tomar café da manhã, almoçar e jantar, ouvir o barulho da porta quando você adentrar. Vmaos brigar, mas logo depois vamos nos reconciliar, seguido de um, dois, três beijos, quantos forem necessários. O melhor meio vai ser sempre desculpar, perdoar, buscar uma solução qualquer para os nossos problemas, mas nunca terminar. Amores verdadeiros duram outonos, primaveras inteiras, e sempre se repete, fortalece, amadurece, não acaba não. Saiba que vou estar sempre aqui, pronto para te ajudar, te apoiar, puxar a tua orelha, fazer um cafuné, te beijar, abraçar, dar bom dia, boa tarde, boa noite, chamar o teu nome, te lembrar de alguma atividade do dia, rir das suas piadas, das nossas, passear pela cidade, ouvir da tua vida, das nossas. Sempre, sempre e sempre. Amor é pouco, o que eu sinto não tem nome.

confesso

que ouvir sua vozinha ao pé do ouvido me mata, me mata por dentro e por fora, mas me mata de amor. quero morrer sempre!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

meu modo de enxergar.

Não há fórmulas, não existe essa de "dispostos" ou "opostos". O amor não tem definição, mas pode ser uma palavra curta de vasta imensidão. De tudo nessa vida, algo que sempre irá me surpreender é esta palavra tão discutida entre as pessoas. Não precisa ser sensível para falar de amor, basta existir. Algumas pessoas aprofundam-se no assunto, outras preferem nem pensar. Se eu morrer um dia depois de ter sentido isso que as pessoas não conseguem explicar, eu morrerei realizado. Eu posso me ver daqui há alguns anos de diversas formas, em milhares de situações, mas não imagino minha vida sem você. Eu não estou dependente, embora o amor às vezes seja uma droga e me tire do sério. Eu não vou cometer suicídio se você não me quiser, tampouco irei desistir dos meus sonhos, mas estaria mentindo se dissesse que não irá doer nenhum pouco. Eu não quero um relacionamento comum, não busco em uma pessoa apenas isso, ou apenas aquilo. Não busco só o melhor sexo, o beijo de tirar o fôlego, os presentes, a companhia. Eu quero mais do que isso. Quero poder me sentir à vontade na tua presença, poder falar da minha vida, do meu passado, sem medo do que você vai achar de tudo isso. Poder me abrir com alguém, ter um amigo, algum número que eu possa ligar, quando as lágrimas já não forem suficientes, quando eu precisar dividir uma dor maior do que eu mesmo. Não quero só um corpo ali deitado ao meu lado, nem quero ouvir só "eu te amo", ou rimas feitas pegadas em um livro qualquer. Também não estou dizendo que quero inovações, mas creio que amor seja isso, demonstrar o tanto que se ama de 1001 maneiras, todos os dias, nas pequenas e nas grandes coisas, um telefonema, uma mensagem, uma carta que seja. Talvez eu seja um pouco rigoroso, sincero demais, e justamente por ser assim, não consigo me conectar com ninguém. Sexo e Amor, podem ser duas palavras que andam unidas, mas sempre vi uma diferença entre elas. O sexo apesar da sua importância em uma relação, para mim não é o mais importante, o primeiro plano de tudo. Já vi pessoas que se amavam, terminar um relacionamento porque o sexo não foi bom. Embora isso seja um pouco comum (acredito eu), minha indignação foi enorme perante uma notícia destas. Sexo é uma palavra que pode ser definida de uma, de duas, de várias formas. O amor não. É sentir, ou não sentir, não há o que mudar. Não sei se fui eu que me relacionei com pessoas erradas, se colhi de maneira equivocada esses dados, mas penso que é assim que funciona hoje em dia. O meu jeito de pensar é diferente, essa palavra de quatro letras está em primeiro plano, o resto é consequência. Quero me esforçar para ser a melhor pessoa ao teu lado, e não para fazer você subir pelas paredes, porque caso isso não aconteça, você irá colocar minhas malas para fora do seu apartamento. Meu modo de ver as coisas é antiga ou moderna, não sei. Será que eu estou mesmo no lugar que deveria estar? Não cheguei cedo demais, tarde demais nesse planeta? Creio que talvez, eu possa ter chegado tarde demais, daqui há alguns, amor vai ser somente aquele beijo que te fez arrepiar os pêlinhos do braço esquerdo e pronto.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

xx

a complicação me entristece demais, embora me fascine na mesma proporção.

domingo, 6 de setembro de 2009

quase um ano de melancolia

Mês que vem, vai fazer um ano que eu escrevo meus sentimentos em uma página de internet. Não é quase nada inventado. Cada palavra, cada texto está ligado a uma fase ruim da minha vida, a uma pessoa que passou e deixou os piores rastros, que apesar de dolorosos me fizeram aprender muita em coisa em um curto espaço de tempo, e me sinto um pouco feliz em ter aprendido tanto, embora tenha sido da maneira menos convencional. Tenho que ser sincero comigo mesmo, aprender doeu, e doeu demais. Eu sou otimista, embora seja bastante difícil. Mas quando faço um balanço geral entre, os fatos que me fizeram sorrir e os fatos que me fizeram querer sumir, o resultado não é bem animador. E isso eu vejo claramente relendo os meus textos desde outubro do ano passado. Sim, tive momentos felizes que não expus aqui no blog, e talvez por isso esta página esteja tão carregada de tristeza, medo e de pouca esperança, é pouca, mas ainda existe, e vou tentar deixá-la acesa, assim como uma vela. Eu sei, seria muito cedo para pensar em desistir, aliás, a palavra "desistir" nem deveria existir, seja lá qual for a situação, mas na teoria tudo fica mais fácil e suave, não é? Eu espero que algum dia, em mais um ano escrevendo aqui nesse muro de desabafo virtual, eu escreva algo que eu me orgulhe de escrever. Desculpa se espanto leitores daqui por causa das minhas histórias, dos meus textos sempre tão melancólicas, mas eu fiz um blog com intuito de falar de mim, e infelizmente, é assim que minha vida está caminhando. Não queria criar histórias contentes me envolvendo, isso só criaria uma ilusão provisória de que uma felicidade fantasma na minha vida. O máximo que conseguia me aproximar de um momento de felicidade, foi quando eu conheci a esperança. Ela me mostrava caminhos, pessoas, e eu ia acreditando.. e quando eu estava prestes a enxergar a tão famosa "luz no final do túnel", um buraco se abria entre os meus pés, e eu voltava ao início, sem saber se a culpa tinha sido minha, da outra pessoa, ou se estavam brincando comigo mesmo, vai saber. Enfim.. TUDO pode acontecer, vou apostar minhas moedas nesse "tudo" e ver no que vai dar. Tenho algo a perder? Não.

porta única

Eu sempre deixo a porta entreaberta. No entanto os outros me alertaram: "Cuidado, pessoas mal intencionadas podem ir ao seu encontro". Focava meus olhos na porta, e ao invés de fechá-la, trancá-la, e jogar a chave entre outras chaves para se perder no meio, escancarei ainda mais a porta, e de birra, coloquei um tijolo bem pesado em seu "pé", para o caso de algum vento querer fechá-la sem a minha permissão. Ora, ora.. pela mesma porta que entra o veneno, também pode entrar a minha salvação.

o teatro para um

E então apagaram-se as luzes, a escuridão tomou conta do lugar, nada podia se enxergar. Estava apenas eu, sozinho no teatro, tentando visualizar as cortinas vermelhas. Havia apenas uma luz que indicava a saída, mas eu estava imóvel. Minha parceira já havia saído do teatro, não lembro o que a disse, mas pedi que me deixasse a sós com aquele monumento gigantesco. Apesar de ser o único ali dentro, eu não me sentia sozinho, os personages daquela peça ainda estavam impregnados nas paredes, nas decorações, nos grandes lustres, nas cortinas vermelhas, no teto, no chão, nas cadeiras à minha volta, em meus olhos. Há tempos não assistia algo que desfocasse a minha atenção das coisas supérfluas que me rodeavam lá fora. Os problemas, a rotina, e até a minha parceira costumavam me esgotar psicologicamente. Eu precisava de um grito de alívio, de ar puro, de água vinda direto da fonte, de céus azuis, e encontrei tudo isso neste local oval, pelo menos eu o vejo assim, oval. Confesso que acho um pouco injusto existir um número total de cadeiras em um teatro, embora tenha que reconhecer, que poucas pessoas estão interessadas neste espetáculo. É um misto de dor, alívio e felicidade, bem.. eu não explicar. A peça? O nome pouco importa. O que está por trás da peça, das falas, das encenações, das tiradas engraçadas, tristes, poéticas, é o que conta. Podia se chamar "O Lixo", e eu diria que nunca tinha visto um lixo tão bonito, límpido, e com um cheiro agradabilíssimo. Não, só mais um pouco. - pedi ao estranho que tocava o meu ombro, mas ele não parou. É hora de fecharmos o teatro senhor, amanhã ele abrirá denovo, se quiser pode ver a peça outra vez. - avisou o nobre rapaz, me cegando com a sua lanterna focada em minha face. Amanhã eu não venho, sentimentos como esse só experimentamos uma vez, não é como o amor, que pode ser sentido de várias formas, maneiras, dimensões e sentidos. Valeu a pena gastar a minha última miséria de dinheiro. Agradeci o rapaz da lanterna, e me dirigi a saída do teatro. Quero sentir mais coisas assim, que se desprendam de mim. - pedi olhando para o céu. Espero que alguém aí consiga me ouvir.

sábado, 5 de setembro de 2009

trinta segundos para digerir.

Antigamente, uma dor era algo como o fim do mundo, a pior coisa que poderia acontecer, e a primeira vez que me deparei com este bicho de sete cabeças e apenas três letras, foi duro, àspero e assustador. Procurei ajuda com estranhos, nos livros, nas ruas, nos letreiros pela cidade, no olhar das pessoas que passavam por mim e me viam aparentemente tão bem, saudável e feliz, e não encontrei uma solução. Se eu não sabia o que fazer, então simplesmente não iria fazer nada. Continuei com a minha vida, meus estudos, minha rotina de sempre. Com o tempo a dor pareceu ficar chateada com a minha falta de preocupação com ela, e às vezes apertava, tentava me derrubar, me mostrava caminhos sem volta, escuros, fúnebres e vazios. Tentava me ligar à pessoas sujas, me fazia lembrar de um passado pesado, minhas costas doíam, doíam muito. A dor tem um poder enorme, mas é burra. Tão burra, que se livrar dela com o tempo, se torna algo fácil. Diversas vezes me deparei com precipícios, me arranhei em alguns espinhos, pisei em armadilhas dolorosas, e ainda assim começava a rir, alto, tão alto, que conseguia ensurdecer a dor. Ela, por sua vez, puta da vida, me deixava em paz. Eu gritava em alto e bom som: "Você não tem efeito sobre mim". Colocava três ou quatro músicas animadas, derramava alguns mililitros de lágrimas, e lembrava que essa era só a 45ª dor de várias que ainda estariam por vir. De fato, não é algo tão simples como estou expondo à vocês, passar por tanta coisa ruim pode trazer consequências, duradouras ou não. Poço é poço, e em cada um deles você morre um pouco. Eu procuro não deixar essas dores me esquartejarem por dentro, pelo contrário, o que ela corta, eu imediatamente, vou lá e refaço, aos olhos dos outros uma cirugira perfeita, mas só quem passa por tanta coisa assim, sabe que é uma cicatriz que fica para sempre, o que não quer dizer que não há um modo, um jeito de lidar com a bendita. Esqueça que ela existe, ou pelo menos, finja, ela é tonta, tonta demais, vai entender que você não liga e vai te deixar em paz. Ou se mate, e seja mais burro do que a dor, é você quem sabe o que vale a pena.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

a vida nem sempre é doce, a minha quase nunca.

Mesmo com todas essas decepções, não perdi meu tempo criando armaduras intransponíveis, não pedi ao chaveiro que fizesse uma chave para o bendito músculo que ainda bate aqui, não recorri à terapias, livros de auto-ajuda, nem tentei me distrair com atividades alegres. Apenas acumulei, e venho acumulando cada uma delas. Administrando, colocando cada uma na minha planilha. Eu não tenho medo de sofrer, eu não tive medo de encará-las de frente, de perto, olho no olho. Mas bancaria o todo poderoso se dissesse que não senti medo das consequências. Tive medo de perder o controle, de pular para fora da estrada e bater o carro em uma árvore qualquer, maldito marrom mesclado com verde, que aparece sempre nas horas menos propícias. Tive medo do hematoma que eu iria ganhar, tive medo de não ter mais lugar para acolher o novo hóspede. Uma nova decepção. Eu me convenço a cada dia que passa, de que devo ter nascido no lugar errado, ou na época errada, ou no corpo errado quem sabe. Eu sei que felicidade constante não existe, tudo faz parte de uma oscilação, momentos, apenas momentos, de alta gargalhada e alta lágrima, alta gargalhada e alta lágrima. Não quero levar isso para o social, estou falando apenas de sentimentos, de coisas materiais, tangíveis, não tenho nada a reclamar. Voltando aos medos, acho que um dos piores, é o medo de se perder e o medo de secar. Não quero andar pela cidade sem saber para onde vou, me sentir totalmente sozinho, sem ter uma mão para segurar, uma música para me animar, um coração para amar, mesmo que eu ame sozinho, como fiz e faço diversas vezes. Não quero tranformar meu coração em um iceberg, achar um casal de namorados parecidos com dois porcos, mandar o dia dos namorados se fuder, e os namorados junto com esse dia. Não quero. É só isso, são dois medos que me atormentam dia e noite, geralmente mais noite que dia. Ainda consigo me reerguer, embora no comecinho do desgosto sempre penso em desistir, chutar meus sonhos para bem longe, me esquecer de mim. Depois eu vejo que ainda há chance de ser feliz, e de encontrar alguém que me proporcione momentos assim, de riso fácil, de lágrima sem timidez, de beijos, que podem durar dias, semanas, anos, não importa, eu só quero sentir o gosto da felicidade vinda de um outro corpo, um outro coração, cansei de amar sozinho, é muito trabalho para um voluntário.