sábado, 25 de setembro de 2010

Eu queria você aqui agora,
dizendo que está tarde, que eu deveria parar de beber,
me focar nos estudos, nas provas da semana que vem.
Eu queria você aqui agora,
mesmo que seja por um segundo,
mesmo que leve o tempo de um toque,
de um beijo.
Eu só queria você aqui agora,
não importa quanto tempo durasse essa hora.
Aquele seu jeito de chegar sem fazer barulho,
achando que estou pegando no sono,
ou coisa assim.
Por que você não ficou em casa hoje?
Eu vi alguns filmes legais, até aquele que você gosta,
meio água com açúcar, meio romântico, meio engraçado.
Quando você chegar, não me importo de ser acordado,
não precisa andar nas pontas dos pés,
abrir a porta devagarinho, ou dormir na sala.
Não importa o que você tenha feito lá fora,
eu só queria você aqui agora.
Sujo ou limpo.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Eu estou parado aqui agora, em frente a sua casa, não sai se saio e bato palmas, chamo teu nome e ouço tudo denovo, ou se me manco de vez, e aceito, de cabeça baixa, tudo o que você disse pra mim. É que eu não concordo em alguns pontos. Eu não fui frio, não fui exageradamente carinhoso, e nem super protetor. Eu só estive do seu lado quando precisou, me calei quando achei que era conveniente, e cuidei de você quando chorava de madrugada sem parar, e sem me dizer o motivo. Nunca te cobrei reciprocidade em tudo. Não fazia questão de que você dividisse comigo todas as suas histórias, e nem que me contasse seu dia detalhadamente. Deve ser por isso que eu sentia sempre um buraco, como se a chave nunca se encaixasse na porta, como se nunca o sol estivesse bonito o bastante. Deve ter sido pela sua falta de zelo comigo, as vezes que você me deixou na cama falando sozinho, ou os aniversários de namoro que você sempre esquecia. E a culpa é toda  minha, no final das contas. Bem feito pra mim que me entreguei, que deixava você me fazer de babaca, pela frente e pelas costas, que dormia na hora que você se recolhia, e que acordava na hora que você precisava ir pro trabalho. As camisas passadas, as torradas, o café quentinho, tudo feito com amor e levado até sua cama. Como eu fui trouxa, e como você tem razão em tudo que disse. Eu pequei, e pequei demais. Mas não pequei por me ceder totalmente aos teus desejos, eu pequei por servir de boneco para alguém que nunca disse "obrigado", que nunca sentou do meu lado e fez carinho, só por fazer. Que me deixava trancado do lado de fora, que rasgava os meus ternos na raiva, pratos e mais pratos no chão. Ainda que eu te sinta rasgando todos os meus orgãos, todo santo dia, toda santa noite, e ainda que eu peça desesperadamente para você sair de dentro de mim, eu te desejo toda a paz do mundo, te desejo tudo o que for necessário para que você viva os seus dias, lembrando de tudo isso que você chama de "merda" e que na verdade, deve ter sido a melhor coisa que aconteceu na sua vida. Ainda bem que eu bati palmas, eu precisava dizer isso na sua cara.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A rotina do amor.

"Com o meu último relacionamento aprendi..."


Que não gosto de coisas previsíveis. E deve ter sido por isso que meu segundo e, até o momento, último romance, não durou mais do que um mês. Algumas pessoas precisam apenas de alguém bom e gentil do seu lado. Pois bem, eu queria alguém bom, gentil e... imprevisível. Eram sempre os mesmos horários. Os encontros ao término das minhas aulas na faculdade, os beijos inclinados, sempre com língua, e sempre recheados de tesão, não havia... um sentimento. O olhar era de conforto emocional. Mas, eu não buscava conforto emocional, não queria abraços por abraços, e nem encontros por encontros. Eu queria beijos desencontrados, abraços inesperados, surpresas no meio da aula, algo menos provável. Apenas um mês, até ficar tudo muito claro. Queríamos coisas diferentes. Ele queria estabilidade, e eu queria viver uma história, algo que marcasse, que pintasse os meus dias de cores diferentes, cada manhã com um azul, e cada tarde com um laranja. Sempre variando nos tons. Depois disso, pensei em desistir. Acho que essas coisas não acontecem na vida real, e se acontecessem, a probabilidade de acontecerem comigo seria mínima. Ainda que existam pessoas interessadas em mim, ainda não foi recíproco. É sempre o "fulano" apaixonado pelo rapaz aqui, e o rapaz aqui apaixonado por um "cicrano" ali, e o "cicrano" ali dando um fora no rapaz aqui. Bem, vocês entenderam. Vou fazer o meu papel e estender pontes. Estarei no próximo café da esquina, escrevendo no parque, no cinema assistindo um filme, na biblioteca lendo, na faculdade estudando, em algumas festas, em algumas missas. Eu estarei por aí, esperando que a minha ponte me leve ao encontro de alguém, que vai me abraçar, antes mesmo de perguntar o meu nome.

terno e gravata.

Eu estava andando pela cidade, um pouco cansado, um pouco de fome, comprei uma barra de proteínas e sentei na praça para assistir a pressa alheia. Fiquei tentando imaginar, brincava sobre o destino que as pessoas buscavam, algumas deveriam estar querendo chegar logo em casa para ver alguém, outras correndo para uma liquidação. Tentei imaginar outra coisa e fui interrompido.

- Oi...

Pareceu tão próximo, embora não achasse que tivessem falado comigo, eu me virei. Não o conhecia, mas ele vestia terno e gravata, parecia um promotor.

- Você estuda Direito? Já se formou? É advogado, então?

Ele estranhou tantas perguntas. Eu me esqueci de retribuir o "oi" e fiquei parecendo arrogante. Resolvi recomeçar a conversa.

- Você quer se sentar? Está um pouco sujo, se quiser

Ele sentou, nem colocou algo no banco para não sujar seu terno, que parecia tão limpo.

- Eu estou estagiando ali naquele prédio.
- E você gosta de Direito?
- Claro. Você não?
- Eu gosto, mas não é minha praia. Eu prefiro sentar e escrever.
- E sobre o que está escrevendo agora?
- Depois te mostro. Vamos conversar.
- E você, cursa o que?
- Eu estudo Administração.
- E você gosta de Administração?
- Nem um pouco. Estou tentando me acostumar, mas estou é desacostumando a viver.
- Por que?
- Estou me tornando meio amargo.
- Por causa do do curso?
- Acho que tem a ver.
- E o seu trabalho?
- Também não é a minha praia.
- Mas você gosta?
- Não. Mas, preciso pagar a faculdade, certo?
- Estranho. Você já parou para pensar em tudo isso? Você estuda algo que não gosta, e trabalha em algo que não gosta, para sustentar um sonho que não é seu. Não faz sentido.
- Nunca pensei nisso dessa forma. Você está certo. Mas, não sei o que fazer. Acho que tenho medo de sair da zona de conforto, e quebrar o resto das esperanças que restaram.
- Esperança não é como uma garrafa de coca-cola que se acaba, e não pode mais ser preenchida.
- Se eu cair, eu não tenho quem me levante, sabe?
- Você certamente já deve ter caído outras vezes, e deve ter se levantado sozinho, apenas esqueceu isso.
- Você não está atrasado?
- Acho que meu chefe vai entender.
- Entender, o que?
- Sei lá. Acho que eu estou onde eu deveria estar.
- Você sempre aborda gente desconhecida na rua?
- Você não é um desconhecido.
- Não?
- Pelo menos não visualmente.
- E onde você já me viu?
- Você ficaria assustado se eu te respondesse. Já te vi em quase todos os lugares dessa cidade.
- E como não lembro de você?
- Não sei. Talvez, porque você deve estar tão preocupado em procurar, que se esquece de observar. Sabia que parando para olhar um pouco ao redor, você acaba encontrando aquilo que deseja?
- Eu parei aqui para observar e ainda não achei o que eu procuro.
- Então olha mais um pouco, eu vou ficar aqui, quando achar, você me avisa?

domingo, 19 de setembro de 2010

Esgotado.

A minha maior vontade é deixar de ser emoção, e passa a ser apenas razão. Superar dores do coração, como se fosse apenas uma dor leve de cabeça. Não criar expectativa. Me apaixonar, e esquecer o bendito na mesma noite, na mesma hora. Deixar de remoer lembranças. Ah meu Deus, como eu queria deixar de querer amar. Queria guardar todos esses desejos em caixas sem fundo. Queria latejar de tão frio. Queria ser um despreocupado emocionalmente. Outra, outra vez. Eu só queria estar ali com ele. Vendo ele sorrir, enquanto levanta a mão direita e curte aquela música agitada. Eu só queria estar lá, quando ele fosse até o balcão e voltasse dizendo que acabou a bebida, que nem água é mais uma opção. Queria só me esbarrar com ele, sem querer, ou de propósito mesmo. Não quero nada em troca. Apenas  estar lá com ele. Vendo ele comentar qualquer coisa com os amigos. Nem isso eu tenho direito.O caminho para o bem-estar emocional é mais cruel do que eu imaginava. Se eu  pudesse voltar no tempo, eu aproveitaria cada segundo da minha inocência. Aproveitava para não alimentar o meu sonho de histórias mirabolantes de amor, aproveitava para descrer em tudo que acredito hoje, estou cansado de jogar pedras na janela de alguém, e esse alguém nunca ser a pessoa certa.

sábado, 18 de setembro de 2010

Enquanto o amor não vêm.


Enquanto amor não vêm, eu vou dar uma fugidinha na madrugada para beber com alguns amigos, sem precisar avisar alguém, ou mandar um SMS fazendo um convite. Até ele chegar, eu vou aproveitar os meus domingos em casa, sem me preocupar em dar bom dia, boa tarde e boa noite. Desejar um ótimo dia, bons estudos, ou bom trabalho. Não há saudade, nem desejo de ficar perto. O risco de uma calamidade sentimental é quase zero, não há choro, raiva, brigas, nem fragéis despedidas. O dia dos namorados vai ser um dia como qualquer outro, e como sou esquecido, não terei que lembrar do aniversário de namoro, do dia que nos conhecemos, do primeiro beijo, nem nada parecido. Parece ser uma vida saudável, essa de alguém que ainda não achou o amor. Pois bem, as aparências enganam. Meu celular não toca. E as minhas mãos não tem a quem tocar. Estar acompanhado não é uma opção, as comédias românticas não surtem o efeito esperado, e os romances alagados de beijos e "eu te amo" só aguçam ainda mais a vontade de ter aquele alguém pra discutir os últimos acontecimentos do mundo, novas tendências ambientais, o gosto por leite, por café, o vício por mel, ou o desapego por dias quentes. Vou fazer o que, enquanto o amor não vêm, além de olhar pro céu?  Tenho quase certeza que as melhores coisas só chegam quando a gente já se cansou. Bem, eu cansei.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Antes que o tédio acabe com a gente.


Antes que o tédio acabe com a gente, vamos trocar o restaurante pela nossa casa no final de semana? A gente pode trocar os móveis de lugar, você prepara alguma coisa que não seja macarrão com queijo, e eu prometo não usar aquela camisa xadrez mais uma vez. Antes que eu te mate de tédio, vou comprar um perfume novo, mudar esse corte de cabelo, o que você acha? Tira aquele quadro do Picasso da sala, estou enjoado de transarmos no sofá, e terminar a noite olhando para ele tentando achar defeitos, tentando dizer que arte é uma merda que veio de navio da América do Norte. Vamos tentar algo diferente, você pega o carro pela manhã, vai para a academia, e eu vou para o escritório de metrô. A gente pode se encontrar mais tarde, você me pega no escritório depois do almoço, comemos salada inglesa naquele fast-food desconhecido, uma sobremesa de morango, bolo de chocolate, ou qualquer coisa do tipo. Chega de surpresas noturnas, pode ser? É que você sempre chega na mesma hora, logo depois da faculdade, meio cansado, meio disposto, dizendo que estava com saudades e que gosta muito de mim. Não soa mais como surpresa, parece rotina, coisa que devia, obrigação de todo santo dia. Antes que o tédio acabe com a gente, você poderia ser sincero comigo e dizer que...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

terceiro elemento.


Ele nunca foi de chegar tarde em casa. Sempre o achei bastante fiel, e esse um dos motivos que me fez casar com ele, com apenas sete meses de namoro. Após dois anos morando juntos, tudo estava caminhando perfeitamente. Vezenquando notava-se uma leve mudança nas suas atitudes, um pouco de irritação sem motivo, nossas conversas sobre qualquer coisa começaram a desaparecer, e para piorar, nossos horários de trabalho faziam com que nós nos víssemos pouco. Eu deixava bilhetinhos durante o dia, e sabia que ele teria lido, mas as respostas não vinham. Nosso aniversário de casamento havia passado em branco, ele sequer me deu um beijo na testa quando chegou tarde do trabalho. Achei alguns remédios para ansiedade, e achei estranho. Ele nunca fora de tomar remédios, aliás, odiava ir ao médico, seja lá qual fosse o motivo, sério ou relevante. Um dia desses, arrumando as gavetas do nosso quarto, encontrei um envelope de uma clínica próxima a nossa casa. E descobri algo terrível. Me senti muito culpado, ausente, um monstro. Eu não estive do lado dele quando mais precisou de mim, e mesmo o notando tão diferente, não questionava, não queria parecer sufocante, algo que nunca fui antes, e não queria ser agora. Fiquei aflito com o envelope na mão, e não sabia se ligava, se corria para o seu escritório, na dúvida, esperei ele chegar em casa. Algumas horas depois, acordei com alguém fazendo carinho de leve nos meus cabelos.

- Oi.
- Pode continuar dormindo.
- Não, eu preciso falar com você.
- O que é?
- É sobre esse envelope aqui.
- Como você encontrou?
- Eu estava arrumando suas coisas e... Me desculpa.
- Não... eu que deveria pedir desculpas. Eu não sabia o que fazer com tudo isso, e acabei afastando nós dois de tudo que criamos. Rompi nosso juramento de não escondermos nada um do outro.
- Acho que até promessas possuem limites.
- É, eu vejo que sim.
- Quantos dias de vida?
- O médico disse que ela deve morrer em um, ou dois meses no máximo. Descobriram o câncer muito tarde. A culpa é toda minha. Eu não estava lá quando...
- Calma! A culpa não é sua. Ninguém sabe quando algo assim está por vir, simplesmente acontece.

Eu o abracei bem forte. Ele chorou bastante, como nunca havia visto em outras ocasiões. Eu sentia meu coração apertar, embora o problema não me atingisse diretamente. Eu pensei em coisas que nem tinha a ver com o assunto, e quase puxei outro assunto, como se nada estivesse acontecendo. Então, o telefone tocou.

- Alô!? Sim, ele está aqui, mas ele está um pouco indis... Como? Só um minuto.
- Quem é?
- Seu irmão.
- O que aconteceu Roger?
- Você precisa vir aqui agora, nossa mãe acabou de...
- Flávio? - Eu disse.
- Hã? Ah... ela se foi.
- Você quer que eu vá com você?

Ele ficou olhando pra mim e apertou minha mão. Nunca me senti tão responsável pela segurança emocional de outra pessoa.

- Você lembra do que eu te disse quando seu pai morreu?
- Lembro, mas... poderia repetir?
- Você é a coisa mais importante na minha vida.
- Não é disso que eu lembro...
- Bem... é que a ocasião não é exatamente a mesma. Não quero ser repetitivo.
- Eu te amo porque...
- Eu também.
- Muito?
- A gente está atrasado, vamos.
- Muito ou pouco?
- Você sabe que não é pouco e nem muito.
- Não entendi.
- Não há maneira de explicar, eu só... amo.
- Que bom. Era isso que eu queria ouvir.

-

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Piquenique

- Esqueci a pasta de amendoim.
- Desde quando você gosta de pasta de amendoim?
- Oi?
- Eu perguntei, desde quando você gosta de pasta de amendoim.
- Desde que eu te conheci. Não lembra?
- Bem...
- Você não lembra, né?
- De verdade? Não. rs
- Há dois anos atrás, quase nesse mesmo bosque, nosso primeiro piquenique...
- Ahhhh...
- Lembrou?
- Eu lembro que choveu, e tivemos que sair correndo.
- E o resto?
- Que resto? Daí dormimos na sua casa, e combinamos de vir de novo no próximo final de semana.
- Você não lembra por que choveu?
- E eu lá vou saber porque diabos choveu naquele dia, João.
- Foi a pasta de amendoim.
- A pasta de... Você tá querendo dizer que a pasta de amendoim causou aquele "aguaçeiro" todo?
- Lógico. Foi só eu te oferecer o pote, e o céu desabou em cima de nós.
- Deve ter sido o fato de eu não ter aceitado sua pasta de amendoim.
- E hoje?
- Hoje não deve chover, você já viu o solzão que tá lá em cima?
- Não, digo, hoje você vai aceitar a pasta de amendoim?
- Talvez.
- Talvez sim, ou, talvez não?
- Os dois.
- Você nunca tem uma opinião formada, nunca.
- Eu disse sim quando você me pediu em namoro.
- E quando foi isso?
- Ontem, quando você me buscou na faculdade.
- Tem certeza?
- Claro. Eu lembro que você entrou, você já veio reclamando do novo professor, da pressão que as bactérias faziam sobre você, daquela mulher que senta do seu lado e fica perguntando as horas de meia em meia hora.
- Sim, disso eu lembro, e onde fica a parte que você me pedia em namoro?
- Então, eu te interrompi e te entreguei uma caixa. Você ainda não abriu?
- Calma aí.

E abriu a bolsa atrás da bendita caixa.

- Essa aqui?
- Não.
- Essa?
- Não, ela é vermelha, tem uns detalhes que não sei definir direito, algo meio moderno underground, sei lá!
- Acho que sei onde eu coloquei.
- Onde?
- Deixei na escrivaninha, para abrir depois que chegasse em casa.
- Você não é nenhum pouco curioso, hein?
- Pelo contrário.
- E então, por que não abriu?
- Eu tava ocupado escrevendo uma coisa pra você.
- Pra mim?
- Sim. Coloca a mão no seu bolso.

João tirou um papel do bolso que dizia, mais ou menos assim:

"Eu aceito ser parte de você, como você é parte de mim. Eu aceito sua pasta de amendoim."

- Hahahahaha...
- Não gostou?
- Desde quando você sabe fazer rimas, Gabriel?
- Ahhhhh, seu bobo!

domingo, 5 de setembro de 2010

Que dia é hoje?



Vou ser bem direto e suscinto. Hoje é aniversário de um (dos meus melhores amigos, se não o melhor) amigo. E eu como bom amigo que sou, venho através deste blog mal visitado, desejar feliz aniversário. Vocês podem dizer que também desfrutam de uma amizade verdadeira, mas, podem ter certeza, que igual a minha e a desse cara da foto, não é. Amigo é aquele que não te julga, independente do que você faça. Eu posso contar a maior barbaridade pra ele, que provavelmente ele vai rir de mim, antes de dizer qualquer coisa. E se eu precisar dele pra cometer um "crime", ele vai me ajudar também. Claro, pequenos crimes, não sou nenhum assassino. Não o conheci há meses ou dias, já fazem dez anos que somos amigos. Surgiu como a maioria das amizades infantis, no meio da rua, brincando de jogar bola, ou, andando de bicileta. Durante muito tempo vivíamos em bando, até que todos foram crescendo e se afastando. Tenho uma infinidade de coisas em comum com o Aryel, e uma infinidade de gostos diferentes. A gente briga, sem precisar chamar o outro de filho da puta, e a gente volta a se falar sem precisar pedir desculpas. Parece até superficial, mas não é. Já passamos dessa fase de "ficar de mal". E mesmo quando ninguém toca no assunto, a sintonia é tão grande, que cada um sabe quando fez algo de errado. Cada um aprende a lição antes de precisar ficar dando lição de moral. Tenho até medo de pensar perto dele, porque daqui um tempo ele já vai ter poderes suficientes pra saber o que tô pensando. A gente deve ter sido tipo, sei lá, irmãos siameses na vida passada. Só isso explicaria esse amor todo. Se um dia pararmos de nos falar, podem desacreditar em amizades verdadeiras. Não, não me pergunta o motivo de sermos amigos, que eu nem sei por onde começar, e nem como começar. Lembra dos amigos que nós fizemos juntos? Eles estão juntos hoje? Não. E a gente? Pois é! A senhora sabe que eu te amo, né? Hahahahaha! BláBláBlá, pode contar comigo, BláBláBlá. Tu sabes de tudo! (Baixou a portuguesa agora, rs) Vai lá, aproveita teus quinze anos, o início da puberdade, e o aparecimento das espinhas satânicas. A senhora não é rycah como eu, mas pode ser feliz também. Beijos!

sábado, 4 de setembro de 2010

freak dream

Lá estava eu, sentado sozinho na praça. com uma das mãos ocupadas com um imenso algodão-doce, e a outra frenética estalando os dedos sem parar, e sem motivo nenhum aparente. até aí, nada de freak. De uma hora para outra, surgiram pessoas de todos os cantos, e de todas as nacionalidades possíveis. Todas conversando sobre algo que eu não consigo entender, aliás, eu era o único que não decodificava porra nenhuma. Parecia um casamento comunitário. As pessoas iam saindo com seus determinados parceiros e parceiras. E eu observava toda aquela cena estranha sem piscar. Alguém se aproximou, sentou ao meu lado, e o dia virou noite. Sim, de uma hora para outra, as luzes se acenderam, o sol morreu, e uma lua cheia e vermelha imensa apareceu lá no céu.

- Por que você segura esta faca na mão? Pretendes matar alguém? Perguntou o rapaz.

- Faca?! Que faca?

- Essa na sua mão direita.

-Ahhhh, não. Isso não é uma faca, é um algodão-doce.

- Bem... daqui me parece uma faca. E esse pó que sai entre os seus dedos?

- Estou tentando estalar os dedos, mas não consigo, acho que perdi a prática.

- Vem cá, eu te ensino.

Ele colocou um anel de "insira o metal de sua preferência" no meu dedo e perguntou se eu não queria casar com ele. Ainda disse que, eu não precisava ficar sozinho, que uma tv à cabo não leva ninguém a lugar nenhum, e que passar os dias lendo a constituição brasileira não iria me dar o direito da felicidade, não importava quantas vezes eu lesse o artigo quinto.

- O direito de você ser feliz está aqui comigo. Você quer?

De longe, a coisa mais bonita e estranha que já ouvi nesses vinte anos de vida.

- Não posso aceitar. Eu disse.

E em seguida acertei ele com o algodão doce.

Isso foi o que consegui me lembrar do sonho depois que acordei. Será que consigo voltar a dormir, sonhar tudo denovo e dar um novo rumo a história? Vou tentar.