segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Cada coisa em seu lugar.

Você que tanto pede, já fez o suficiente para merecer? Ou é só um desses errantes que perambulam pelas cidades, exigindo seus direitos sem nada fazer? Às vezes, o sensato é se fazer de desentendido, que tristeza nenhuma existe e procurar seguir em frente, com a maior carga de otimismo que couber na sacola. Disseram que eu devia me perder para me encontrar, aliás, não só me disseram, como pude ouvir em algumas canções. Não, não lembro quais, mas ouvi por aí, tenho - quase - certeza disso. Já no meio do sono, eu li alguém escrevendo 'você tem aquilo que merece' e fiquei me perguntando e me debatendo na cama, se eu realmente merecia toda aquele amontoado de coisas erradas que tinha virado minha vida, até que no meio da noite, alguém sussurrou no meu ouvido que eu devia deixar pra lá. E eu acordei deixando. Fazendo o que tinha de ser feito: ergui a cabeça e enxuguei os olhos molhados na manga da camisa. E arremessei-a no cesto, junto com as demais. Até que em uma conferência completa pelo meu quarto, descobri que: havia uma pilha de roupas sujas, copos usados, escovas de dente e toalhas molhadas. Eu tinha que reavaliar minha vida como um todo. Estava tudo fora de lugar; Objetos, cacos de vidro e coração.

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Quem ousou perder-se para encontrar-se em seguida, ficou nos goles da água barrenta do além. Foram-se sem maiores. E quem é quem para dizer quem merece o quê? Somos todos tão fracos e desprovidos de amor a nós mesmos. Sempre iremos ter de juntar toda a bagunça do quarto, da sala, do loft inteiro... sempre haverá toalhas molhadas ou lenções suados e sujos... sempre estaremos esperando por uma caminhada perfeita e feliz depois do café da manhã... pode ser com o alguém perfeito que imaginamos encontrar em alguma hora quebrada dos dias do ano que começou ou pode ser sozinho mesmo.

É... os passos lentos que damos para a chance da reconstrução se aproximar cada vez mais de nós é muito relativo... teremos de nos sentar na calçada, teremos de nos deitar na grama, teremos de nos hospedar em algum quarto muquifeiro de algum hotel meia boca para nos aconchegarmos e aliviarmos o fardo do dia mais cruel de todos... o dia em que descobrimos por tanta dor interior que cada coisa tem mesmo o seu lugar e sempre haverá mais e mais lugares para mais e mais coisas de todos os tipos e de todas as criações que a gente mesmo fez questão de criar.