terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Amor é um feitiço?



Mesmo com personalidades distintas, seus cavalos andaram, menos o meu. E agora, olhando por essa janela, me pergunto se não deixei minha chance passar, ou se de fato - espero que assim seja, esperançosamente - ela ainda não bateu à porta de minha casa. Logo eu, que gosto de dar flores, escrever cartas e sonho com todo tipo de conversa embaixo de uma cerejeira, ainda não encontrei de fato, o tolo que vai arrematar meu coração pálido, que luta contra a correnteza para bater sem parar, ainda com sucesso. Talvez o que deva ser feito, é parar de me comparar aos demais. Talvez quando parar de me preocupar tanto em ir ao cinema com o tolo - ainda anônimo - ele vai aparecer, assim, como quem não quer nada, me perguntando as horas, ou dizendo que me observava há muito tempo. Mas então, me pergunto se o amor é assim mesmo, chega sem fazer barulho, sem que eu precise me esforçar, suar um pouquinho que seja. Ou se ele é de fato, uma ratasana traiçoeira que precisa ser encontrada, e não sendo suficiente, ser capturada e enfeitiçada. Logo eu, que nasci tão independente, me sinto como se precisasse de alguém para atravessar a rua, ou que me leiam um conto de ficção para poder, enfim,  pegar no sono. E começa aquela luta entre a verdade e a mentira, entre o problema ser eu ou o pobre lerdo do destino. Estarei me fazendo interessante o suficiente para atrair olhares da multidão? Ou eles estarão me vendo como um belo mocinho feliz, de aliança no dedo e compromisso marcado? Dá vontade de sair pelos quatro cantos do mundo e ver qual é a dessa necessidade emocional, se é frescura de um pós-adolescente, falta com o que se preocupar ou quem sabe, de fato, personagem de uma história de amor, onde descubro ter câncer nos rins e morro ao encontrar o tolo (e por que não lento?) parado em frente a uma livraria na Espanha.

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