quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Minha vida sem mim.
O que vai acontecer quando eu se for? Será que as pessoas vão se lembrar de mim? Elas vão pensar em mim e dizer: ele era bem tímido. Ou será que vão voltar atrás e falar: tímido não, ele era uma fortaleza. Que tipo de fortaleza eu sou? Não estou certo se posso ser algo agora. Daqui a um mês, dois meses quem sabe, eu não vou ser nada. A doença vai ter consumido metade do meu corpo, e eu morrerei deitado na minha cama. Me perguntando: Quando foi que o amor passou e eu não vi? Será que eu fingi que ele não existia com medo de sofrer, ou será que eu vivi algo intenso sem saber? E as viagens que eu queria fazer? Será que ainda dá tempo? Bem... eu tive poucos amigos. Lucie, Carl... vocês sabem, eu amo vocês. Não, acho melhor não contar nada para eles. Vamos imaginar que é só uma brincadeira, que não há ninguém doente, que esse frio nunca mais vai ir embora. Eu te disse, eu gosto do frio, ele faz eu me sentir vivo. E da chuva também. Aliás, você viu como as folhas ficam mais bonitas depois de uma boa chuva? Não, não amei ninguém. Fui amado, mas... não é a mesma coisa. Sabe, eu queria ter sentido essas palpitações, o enjôo no estômago, a palma da mão suando. Durante esses vinte anos, todos me disseram que eu encontraria alguém bacana, que me levaria para conhecer todos os lugares, que iria captar minhas idéias mais idiotas e participar delas comigo. Seja quem for, vai chegar tarde. Não há mais tempo para sonhos. Não há mais tempo para vida. Esse é o último gole de café.
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Um comentário:
obrigado por visitar o meu blog! Vou ler suas postagens! bjos
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