quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A rotina do amor.

"Com o meu último relacionamento aprendi..."


Que não gosto de coisas previsíveis. E deve ter sido por isso que meu segundo e, até o momento, último romance, não durou mais do que um mês. Algumas pessoas precisam apenas de alguém bom e gentil do seu lado. Pois bem, eu queria alguém bom, gentil e... imprevisível. Eram sempre os mesmos horários. Os encontros ao término das minhas aulas na faculdade, os beijos inclinados, sempre com língua, e sempre recheados de tesão, não havia... um sentimento. O olhar era de conforto emocional. Mas, eu não buscava conforto emocional, não queria abraços por abraços, e nem encontros por encontros. Eu queria beijos desencontrados, abraços inesperados, surpresas no meio da aula, algo menos provável. Apenas um mês, até ficar tudo muito claro. Queríamos coisas diferentes. Ele queria estabilidade, e eu queria viver uma história, algo que marcasse, que pintasse os meus dias de cores diferentes, cada manhã com um azul, e cada tarde com um laranja. Sempre variando nos tons. Depois disso, pensei em desistir. Acho que essas coisas não acontecem na vida real, e se acontecessem, a probabilidade de acontecerem comigo seria mínima. Ainda que existam pessoas interessadas em mim, ainda não foi recíproco. É sempre o "fulano" apaixonado pelo rapaz aqui, e o rapaz aqui apaixonado por um "cicrano" ali, e o "cicrano" ali dando um fora no rapaz aqui. Bem, vocês entenderam. Vou fazer o meu papel e estender pontes. Estarei no próximo café da esquina, escrevendo no parque, no cinema assistindo um filme, na biblioteca lendo, na faculdade estudando, em algumas festas, em algumas missas. Eu estarei por aí, esperando que a minha ponte me leve ao encontro de alguém, que vai me abraçar, antes mesmo de perguntar o meu nome.

2 comentários:

Sra. Carambola disse...

Muito bonito o texto, e muito real essa história. Não há nada que pague essa sensação de frio na barriga e falta de chão que temos com cada pequena (ou não) surpresa.

Anônimo disse...

"Amor, meu grande amor, não chegue na hora marcada". A gente sempre espera mais, a gente quer se apaixonar e sentir isso do outro da mesma forma. Alguém que caiba nos nossos sonhos, mas isso não existe. Você é bem mais novo que eu, qua ainda sou novo também. Mas já vivi tanta coisa que estou aprendendo que a gente tem que parar com essa mania de esperar demais. Meu namoro de dois anos, três meses e quatro dias terminou há dois dias. Eu ainda sangro, eu vou me fechar para os próximos e passar novamente por todos os processos até sentir segurança, até sentir que o outro pode partilhar da vida comigo, partilhar de mim. Tem coisas que não mudam, mas outras eu aprendi e vou aplicar aos próximos. Acabou não porque não há mais amor, mas é que eu descobri também que só amor não enche barriga e não me livrou da solidão. E do mesmo que modo que o seu, o meu (nosso) também empacou por sermos tão diferentes, não quero ninguém igual a mim, DEUS ME LIVRE! Mas quero alguém. =) Parabéns!