sábado, 13 de fevereiro de 2010
dezenove anos de amor, em uma tacada só.
e tudo começou com uma vontade involuntária de sair de casa. mais uma noite, em mais uma festa de um desconhecido qualquer. uma semana até o primeiro passo. um mês depois, o pedido de namoro aceito. e três meses depois o fim da primeira relação séria de um homem. meses entre primeiros passos. conhecendo pessoas diferentes que possuíam algo em comum. nenhuma delas eram boas o bastante. algumas vezes, eu não fui bom o bastante. frieza. irritação. poucas palavras. às vezes tenho absoluta certeza de que câncer combina comigo. mas para relações, eu não sei como me definir. uma total negação, eu acho. a pequena moto cara que decorava a sala de estar não foi o bastante. um presente não é um 'eu te amo'. eu também, nunca é a mesma coisa. concordar. concordar. sim, eu também. você também o que? e as palavras não saíam. apenas nas folhas de caderno. e ainda assim, não foram convincentes pra você. nem era pra mim, na verdade. eu não acreditaria em papel. a dor do punho depois de escrever dezenas de palavras, e encher mais de cinco folhas de palavras bonitas não valem mais que um olho no olho, ou a própria sinceridade. então eu abri a porta, entrei no carro, que não era barato, embora isso não seja uma informação importante. e tudo não passou de uma noite de diversão sem bebidas alcoólicas. eu deveria ter agradecido você pelos prazeres da carne, desculpa, eu esqueci. e depois disso. mais chá. mais sono. mais chá. e outra noite de diversão, embora dessa vez tenha sido horrível. você era horrível. e eu nem tive tempo para prestar atenção. por isso o presenteei com aquele chocolate, era o máximo que você poderia levar de mim contigo. e embora eu te veja, às vezes, quando estou me divertindo em algum lugar, eu finjo sempre que nunca te vi, e isso tá fazendo efeito, porque aquele dia tá perto de ser apagado. agradeço à minha memória que vezenquando apaga detalhes grotescos da minha ficha pessoal. até que eu conheci a beleza em pessoa. e deixei pra trás mais uma vez sem motivo algum. aliás, o assustei, seria o mais sensato a se dizer. resolvi que não iria mais conhecer pessoas. que iria me distanciar de tudo que fosse muito pessoal. sentimental. que envolvesse beijos. que envolvesse encontros. ou qualquer coisa do gênero. não adiantou. eu estava disposto a ter alguém comigo. e eu tive. por alguns dias. até que o seu caráter brilhante não foi o suficiente. atualmente, minha vida é inconstante. idas, e vindas. e sempre antes de pegar no sono, fico me perguntando como teria sido se eu tivesse dito sim, ao invés de não. me questionando sobre o que eu sinto. e tentando descobrir, o motivo real de eu não conseguir amar alguém de verdade.
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